São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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China liberta mais alto membro do governo preso por Tiananmen

Bao Tong avisou estudantes de repressão a protesto

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

A China libertou Bao Tong, o mais importante integrante do governo preso durante a repressão ao movimento pró-democracia da praça Tiananmen, em 1989. Bao Tong, 64, foi condenado por "divulgar segredos de Estado", ou seja, avisou os estudantes de que o Partido Comunista planejava recorrer à força para reprimir os protestos.
Bao Tong, que foi libertado sábado, tem seus direitos políticos suspensos até maio de 1998. Não pode, por exemplo, se encontrar com jornalistas ou publicar textos.
Policiais vigiam seu apartamento, no bairro de Shijingshan, oeste de Pequim. Quando deixa sua casa, é seguido por agentes.
O governo chinês teme que Bao Tong revele segredos que envolveram a tomada de decisão sobre o ataque contra os estudantes que ocupavam a praça Tiananmen (Paz Celestial). A repressão deixou centenas de mortos.
Bao Tong era o principal assessor de Zhao Ziyang, secretário-geral do Partido Comunista que caiu com a repressão ao movimento pró-democracia. Zhao era considerado um "liberal" e foi afastado pelos "ortodoxos", numa ofensiva autorizada por Deng Xiaoping, o principal dirigente comunista daquela época.
Bao deixou a prisão em maio de 1996, depois de cumprir a pena de sete anos, mas foi levado para um alojamento do governo, sob guarda da polícia.
Ele teria sido libertado apenas depois de concordar em viver num novo apartamento que, segundo seus familiares, fica numa área que facilita o trabalho dos policiais encarregados de vigiá-lo.

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