São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997 |
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Deputados pedem anulação do provão
DANIELA FALCÃO
Eles pedem a anulação do provão, realizado em novembro de 96, e a suspensão da divulgação dos resultados. Os deputados -que são membros da Comissão de Educação da Câmara- querem que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão instaure inquérito civil público para apurar o que consideram ser "violações ao interesse dos estudantes". A representação apresentada pelos deputados argumenta que os resultados obtidos pelo provão não refletem a realidade do ensino superior no país e podem induzir o vestibulando e as empresas que recrutam recém-formados a erros. Segundo os deputados, o MEC teria classificado instituições renomadas em âmbito nacional e internacional com "conceitos irreais e ilegítimos". Para ilustrar as acusações, a representação dá o exemplo de 12 instituições federais conhecidas como centros de referência que receberam conceito E no provão. Entre elas, as universidades federais da Bahia, Paraíba, Alagoas, Viçosa, Ceará e Goiás. Os deputados comparam a nota E obtida por essas instituições com o A dado à Faculdade de Direito Milton Campos, em Nova Lima, em Minas Gerais. "Com o devido respeito, esse resultado não pode ser levado a sério nem pelo mais ingênuo dos cidadãos", diz a representação. A classificação das federais foi prejudicada porque nessas instituições a maioria dos alunos entregou as provas em branco para mostrar que discordava da avaliação. Cerca de 21 faculdades públicas estão nessa situação. Como o Ministério da Educação decidiu que as provas entregues em branco não seriam excluídas da avaliação, o conceito dessas faculdades caiu com o grande número de notas zero. Para os deputados, em vez de dar nota E, o MEC deveria ter deixado essas instituições sem conceito. Segundo a representação, os resultados do provão induzem o cidadão a erro, "pois haveria uma tendência a procurar ingressar naquelas faculdades que mais pontuaram no provão e que estão classificadas no topo da tabela -boa parte delas conhecidas como 'fabricadoras de diploma'-, consubstanciando uma fraude contra a proteção do consumidor". Ministro O ministro Paulo Renato foi procurado ontem pela Folha em Washington e não foi localizado. Segundo sua assessoria, o Ministério da Educação não vai se pronunciar sobre as críticas feitas pelos deputados enquanto não for informado oficialmente do conteúdo da representação. Texto Anterior: REPERCUSSÃO Próximo Texto: Postos policiais terão médicos na Régis Índice |
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