São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997
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A agenda de maio

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Engana-se quem avalia que o governo FHC esteja forte e poderoso. Há muita apreensão entre os governistas a respeito do que poderá ser feito daqui para a frente -até a próxima eleição, no ano que vem.
Este mês servirá como um termômetro para o presidente. A agenda está cheia. As próximas três semanas serão fundamentais para o futuro do governo. O final do mandato de FHC pode ser definido agora.
Acompanhe, a seguir, o que será discutido de importante e as chances de o Planalto ter sucesso ou não:
1) leilão da Vale - é uma incógnita. Se não acontecer logo, continuará a exalar pessimismo sobre os governistas. Se a estatal acabar mesmo privatizada neste mês, a avaliação de alguns líderes no Congresso é que isso ajudará a criar um clima de otimismo;
2) reforma administrativa - terá o seu teste de fogo a partir de quarta-feira, dia 7. Se o governo fracassar, essa emenda estará perdida. Não há previsões seguras a respeito do possível resultado;
3) reforma da Previdência - já passou da hora de tramitar com maior rapidez no Senado. Se não desempacar neste mês, é outra emenda que vai para o beleléu;
4) emenda da reeleição - está para ser votada no Senado. Como recebeu emendas, terá de voltar para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), quer começar a votar a reeleição neste mês.
Não existe a menor previsão de qual será o desfecho dessa emenda. Os senadores querem impedir que prefeitos e governadores disputem a reeleição permanecendo nos cargos.
Já os governadores devem estrilar se forem prejudicados. A tramitação da emenda pode não ter um caminho tão suave como se imaginava.
Em resumo, maio será assim. Se vencer todas essas batalhas -o que parece improvável a esta altura-, FHC de fato estará com um governo forte.
Mas, para ficar forte, precisa vencer todos esses obstáculos. Isso se não aparecer alguma nova pedra no caminho.

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