São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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PMDB define novos ministros amanhã

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso se reunirá amanhã com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para escolher os dois ministros do PMDB. Na sexta-feira, FHC e Temer acertaram que o Ministério da Justiça ficará com um senador e o dos Transportes com um deputado.
Na Câmara, o candidato preferido do Palácio do Planalto é o deputado Aloysio Nunes Ferreira (PMDB-SP). Ferreira é amigo do presidente e do ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
Fernando Henrique disse a Temer que gostaria de ver Ferreira nos Transportes. Ele era cotado para a Justiça, mas se adequaria à outra pasta. Ele foi secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, no governo Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1994).
A possibilidade de a escolha recair sobre o deputado paulista provocou reações no PMDB. A indicação de Ferreira concentraria poderes no grupo paulista do partido, que tem o presidente da Câmara e o ministro de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos.
Temer insistiu no nome do deputado Eliseu Padilha (RS), primeiro-vice-líder do PMDB, para os Transportes. Ele é ligado a Temer e tem o aval do governador gaúcho, Antônio Britto (PMDB).
Em fevereiro, quando confirmou que os dois ministérios ficariam com o PMDB, FHC disse que um seria ocupado por um peemedebista do Rio Grande do Sul.
O relator da reforma administrativa, deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), continua na lista dos ministeriáveis, mas com chances menores que Ferreira e Padilha.
Entre os senadores peemedebistas, três se enquadram no perfil "não criam problemas" exigido pelo Planalto: Ramez Tebet (MS), Renan Calheiros (AL) e Gerson Camata (ES). Tebet é advogado e foi relator da revisão do projeto do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Apesar das denúncias envolvendo assessores próximos ao presidente, Tebet deu parecer favorável ao Sivam.
Calheiros era o candidato mais forte para o terceiro ministério. A Secretaria de Políticas Regionais seria transformada em ministério. Essa hipótese foi abandonada, mas Calheiros continua na lista. O senador tem apoio das bancadas do PMDB e do PSDB.
Camata tem como padrinho o líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES). O nome de Camata, que havia sido abandonado, voltou a ser cogitado, com força, na reunião da última sexta.
O líder do PMDB na Casa, Jader Barbalho (PA), é o candidato natural da bancada para qualquer pasta, mas não agrada ao Planalto.

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