São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Assembléia quer trabalhar um dia a menos por semana

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

A Assembléia Legislativa de São Paulo quer acabar com o expediente em um dia da semana. A sexta-feira é o principal cotado, mas a escolha também poderá recair sobre a segunda.
Na avaliação de seu presidente, Paulo Kobayashi (PSDB), a Assembléia fica vazia de qualquer modo, especialmente na sexta-feira.
"Os deputados sempre vão para suas regiões. Não precisamos recorrer a hipocrisia. Os parlamentares precisam circular por suas bases eleitorais", disse o presidente.
A alegação de Kobayashi encontra respaldo. A Folha ouviu três deputados que moram no interior, um da oposição e dois da situação.
Eles preferiram não dar declarações públicas até a proposta estar no papel, mas a aprovam.
Um quarto deputado, o petista Elói Pietá, afirmou: "Eu não moro no interior, mas acho que a proposta é coerente".
Para Pietá, "se o deputado precisa se reunir com o chefe da polícia de sua região, só pode fazer isso na sexta à tarde ou segunda de manhã".
Pietá, relator da CPI do Crime Organizado, é de Guarulhos (Grande São Paulo).
Ele afirma, porém, que a proposta de Kobayashi pode gerar críticas à imagem da Assembléia Legislativa se não houver, em contrapartida, mais rigor nos trabalhos da Casa.
Mais sessões
Ciente da polêmica que a idéia pode provocar, Kobayashi quer que essa compensação seja a ampliação do número de sessões -de três para quatro semanais- para as discussões de projetos.
"A pauta hoje está afogada. Precisamos agilizar os processos", disse o deputado.
Paulo Kobayashi também afirma que é necessário maior controle para evitar a ação dos "pianistas", parlamentares que registram a sua presença e a de colegas ausentes em dias como as sextas-feiras.
Para promover a mudança, crê o presidente, é necessária apenas uma alteração do Regimento Interno da Assembléia Legislativa com aprovação do colégio de líderes da Casa.
Velhas práticas
Enquanto isso, as velhas práticas continuaram mesmo sem a regulamentação que Kobayashi propõe.
Os 94 deputados estaduais "enforcaram" -o presidente da Assembléia entre eles- a última sexta-feira, na sequência do feriado do Dia do Trabalho, por meio de uma resolução tomada dois dias antes.

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