São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997 |
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Oficial é agredido e entra em coma
FREE-LANCE PARA A FOLHA O tenente-coronel Sérgio Carlos Zani Maia, 47, é acusado de práticas homossexuais em via pública.O inquérito policial sobre o caso foi transformado em denúncia, que ainda não foi julgada pelo 13º Juizado Especial Criminal, mas ele já foi punido pelo CML, sendo colocado na reserva compulsoriamente. No último dia 5 de abril, o tenente-coronel, penúltimo cargo na hierarquia do Exército antes do generalato, foi atacado por pessoas ainda não identificadas. Sua cabeça foi atingida por uma pedra. Internado no Hospital Central do Exército, no Rio, saiu do coma, mas continua em estado grave, segundo o CML (Comando Militar do Leste). O delegado Oswaldo Neves, que investiga a agressão a Maia, acredita que o caso é uma vingança ligada ao fato de o tenente-coronel ter sido apontado como homossexual. Em 23 de setembro de 96, Maia foi flagrado por dois policiais militares com um comerciante, dentro de seu carro, numa rua vazia de Quintino (zona norte). Os policiais disseram que ele praticava sexo com o acompanhante. Até a acusação, Maia comandava o Regimento Sampaio de Infantaria, uma das unidades mais tradicionais do Exército, conhecida pela sua ação na tomada do Monte Castelo, na Itália, na 2ª Guerra Mundial. Problemas mecânicos Levado para a delegacia, Maia negou o ato de homossexualismo, disse que havia estacionado o carro porque teria tido problemas mecânicos. O delegado Neves, que é responsável também por esse inquérito, diz que não há crime na prática homossexual. Segundo ele, o problema seria o fato de ter sido feita em lugar público. Na época do flagrante, Maia não deu entrevistas. Agora, hospitalizado, ele não pode falar. Seus parentes evitam tocar no assunto. Ele foi casado e tem três filhas. Sua separação já estava decidida antes da acusação, mas ele e sua mulher ainda viviam na mesma casa. Maia ingressou nas Forças Armadas em 1972 e ganhou mais de 40 medalhas. A sindicância do CML, que o puniu com a exoneração, durou 15 dias. Texto Anterior: Militares e PF têm 1.408 casos Próximo Texto: Cidade de MG realiza nova votação para prefeitura Índice |
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