São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Empresas procuram novos campos de atuação

CLAUDIA GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas que comercializam linhas fixas de telefone no mercado paralelo estão diversificando seus negócios para áreas bem distintas da de telefonia.
A tendência é notada principalmente entre as firmas de menor porte, com até 15 funcionários.
Apesar da crença generalizada de que o mercado paralelo tem fôlego para sobreviver por pelo menos mais quatro anos, os pequenos empresários do ramo não querem pagar para ver.
Avarício Gentil Miguel da Silva, proprietário da Gentil Telefones, é um deles. "O mercado paralelo de linhas fixas ainda tem um potencial muito grande, pois a Telebrás levará um tempo para atender toda a demanda. Mas já estou pensando em abrir uma corretora de seguros até o final deste ano", diz.
A Gentil existe desde 1986 e chegou a funcionar com três escritórios. Hoje, funciona com dois e a meta é ficar com apenas um escritório até o final de 97.
O faturamento também diminuiu: passou de R$ 20 mil, em julho de 96, para uma média de R$ 12 mil atualmente.
Outra empresa que comercializa linhas telefônicas, a Realcy, terá em breve uma "irmã" chamada Realcy Tour. "A crise deste mês acelerou minha decisão de diversificar e abrir uma agência de turismo", conta a empresária Marisa Sueli Grillo.
Quando fala em "crise", Marisa se refere ao anúncio feito pelo ministro das Telecomunicações, Sérgio Motta, de que a partir de 1º de maio a taxa de instalação da linha custará R$ 300.
"Depois que o ministro anunciou a nova taxa, minhas vendas caíram cerca de 80%. Muitas pessoas se enganaram pensando que iriam ter a linha instalada imediatamente", afirma Marisa.
O mercado de imóveis foi a saída encontrada por José Bonilha, proprietário da Cotação Mercado de Telefone.
"Quero abrir uma imobiliária e manter o negócio dos telefones em paralelo. Hoje você não pode depender só da venda de linhas. Quem disser que sobrevive de telefone está mentindo," avalia.
Apesar de ainda não terem optado por se arriscar em negócios fora da área de telefonia, as empresas grandes também estão atentas às oscilações do mercado.
A Bolsa dos Telefones, que conta com 110 funcionários e cinco escritórios, já trabalha com a venda de telefones celulares e centrais de PABX. No caso de um declínio muito grande do mercado, Edmon Rubies, diretor da empresa, não descarta a possibilidade de comercializar produtos por telefone.
Sérgio Oliveira, gerente do Balcão do Telefone, acredita que ainda não é hora para diversificar. A empresa comercializou 4.600 linhas em março passado. Segundo Oliveira, "ainda não há nenhuma estratégia para uma possível diversificação, mas estamos estudando as mudanças do mercado".

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