São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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São Paulo teme euforia e descontrole

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A vitória de 4 a 2 sobre o Palmeiras, anteontem, no Pacaembu, quebrando um tabu de dois anos, e a alta média de gols do time sob o comando de Dario Pereyra -21 gols em 5 partidas-, não serviram para entusiasmar o técnico interino do São Paulo.
Cético, Dario teme o excesso de euforia dos jogadores devido aos últimos resultados e entende que a equipe ainda não tem maturidade e equilíbrio emocional.
"Vencer o Palmeiras nos dá confiança e mais tranquilidade para tentar a classificação. Precisamos só de mais três pontos. Mesmo assim, o time ainda está longe do estágio ideal ou em condições de disputar o título", disse
"O time é jovem. Ainda falta muito para chegarmos ao nível do Corinthians e do Palmeiras completos. Se não solucionarmos nossos problemas até o quadrangular e atingirmos a estabilidade, nem adiantar chegar. Não teremos chance", acrescentou.
Segundo Dario, o descontrole do time ficou evidente durante o clássico de sábado.
"Fizemos um primeiro tempo muito ruim. O time entrou nervoso, não manteve a posse de bola, não atacou pelas laterais e marcou mal. Até o Aristizábal fazer 2 a 1, o Palmeiras esteve melhor."
Para ele, o São Paulo mereceu nota 10 pelo segundo tempo e nota 5 pelo primeiro.
Frieza
Dario procura ser frio e perfeccionista no trato com os atletas.
No jogo contra o Palmeiras, vibrou apenas no quarto gol. "Foi quando eu senti que tínhamos garantido a vitória."
Mesmo os jogadores mais badalados da equipe, como Denílson e Serginho, têm merecido críticas do treinador.
"O Denílson precisa jogar de cabeça erguida, para o time", disse.
"O Serginho precisa se preocupar mais com a marcação, já que no ataque ele é muito bom", afirmou.
Mobilização
O ceticismo de Dario Pereyra parece ter contagiado a diretoria e os jogadores.
Após o jogo de sábado, o presidente Fernando Casal de Rey ressaltou a necessidade de administrar a euforia dos jogadores.
"Depois de um resultado como esse, existe uma tendência à acomodação. Não podemos deixar isso acontecer."
"Precisamos manter o ritmo. Foi muito difícil reconquistar o prestígio que havíamos perdido. Não podemos deixá-lo escapar novamente", afirmou o volante Axel.
"Temos condições de chegar, mas ainda não ganhamos nada. Apenas demos um grande passo para a classificação", disse o atacante Dodô.
Para ele, "o importante é que a equipe se encontrou no momento certo, na fase decisiva".

LEIA MAIS - sobre o clássico na pág. 4-3 e sobre a rodada do Paulista nas págs. 4-2 a 4-7

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