São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Tricolores

JUCA KFOURI

O Palmeiras hoje deve ter duas preocupações: não permitir mais que marquem seus jogos para os sábados à noite e, a sério, o jogo de amanhã contra o Flamengo, pela Copa do Brasil.
De resto, levou nova derrota muito desfalcado e um tanto injusta.
Já o São Paulo não tem muito com que se preocupar. Está crescendo na hora certa e poderá enfrentar o quadrangular final em condições quase de igualdade com Palmeiras e Corinthians.
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A cada noite de terror para 30 mil torcedores, como a de Campinas, corresponde outra só para a metade, como a do clássico no Pacaembu.
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Para variar, o Grêmio chega à sua quinta semifinal seguida na Copa do Brasil.
E chega heroicamente, na Fonte Nova cheia. E com apenas dez jogadores, graças a mais um gesto impensado do goleiro Danrlei, bem expulso por tentativa de retenção de bola pelo árbitro Cerdeira -que, também, validou incorretamente o primeiro gol gaúcho, não marcando a intenção de mão na bola de Mauro Galvão.
Paulo Nunes pode até não ter lugar na seleção mas, sem dúvida, terá um lugar eterno no coração gremista, tal sua competência e dedicação.
O Vitória bem que tentou, mas não foi capaz de tirar a diferença diante do mais copeiro dos times brasileiros. E Bebeto decepcionou.
Em vez de uma semifinal entre os dois clubes patrocinados pelo Excel, teremos a repetição da final de 1995 e a vantagem corintiana é óbvia: joga a primeira em casa contra uma equipe que jogou na quinta-feira pelo Campeonato Gaúcho, sofreu um desgaste brutal em Salvador no sábado e volta a campo amanhã no Olímpico para virar o resultado de 1 a 2 contra o Guarani, do Paraguai, pelas oitavas de final da Taça Libertadores.
Menos mal para o Grêmio que, sem Danrlei, não enfrentará o turbinado Mirandinha, suspenso.
Mas o que se exige do Grêmio mereceria um protesto da Sociedade Protetora dos Animais, já que as entidades defensoras dos direitos humanos não costumam se ocupar das mazelas do calendário do futebol brasileiro.
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A Fonte Nova tinha gente demais, repórteres incluídos, dentro do gramado. E a Copa do Brasil não é da federação do Caixa D'Água, mas da CBF. O que, pensando bem, dá exatamente no mesmo.

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