São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Coolio vem de Iglesias
SILVIA RUIZ
* Folha - O que você sabe daqui? Coolio - Ouvi dizer que o país tem um dos mais altos índices de Aids do mundo. A polícia mata garotos nas ruas, espanca, sendo ela mesmo uma gangue. Folha - Como vão ser os shows no Brasil? Algo especial? Coolio - Estou levando um algo mais, o grupo 40 Thieves. Folha - Você costuma chamar pessoas do público para cantar com você. Vai fazer isso aqui? Coolio - Com certeza. Folha - Muitas de suas letras passam uma mensagem otimista, falam de "fazer a coisa certa"... Coolio - Eu queria fazer algo que ninguém estava fazendo. O que muitos rappers estão fazendo é falar de coisas fúteis, das coisas que têm, das roupas que usam... Folha - Você acha que a música pode influenciar os jovens? Coolio - Qualquer coisa pode ser uma influência. Tudo começa em casa. O que você aprende em casa é o que vai guiá-lo na vida. Mas alguns garotos são mais facilmente influenciados e têm de ser vigiados pelos pais mais de perto. Folha - E você, que tipo de garoto foi? Coolio - Houve um tempo em que eu era facilmente influenciado. Mas eu cresci. Eu fazia coisas sabendo que eram erradas porque os outros estavam fazendo também. Acho que agora sou mais um líder do que um seguidor. Folha - O que o fez mudar? Coolio - Libertar-me das drogas. Essa foi a grande mudança na minha vida. Eu era viciado em cocaína e me livrei sozinho, há dez anos. Folha - Você se considera um gangsta? Coolio - Não me considero um gangsta porque não sinto que já fui um, mesmo que provavelmente eu seja mais qualificado para dizer que fui do que as pessoas que dizem que são. Coolio - Sabe o famoso cantor Julio Iglesias? Um dia eu estava tocando violão com uns amigos, e, por causa da roupa que eu vestia, calça branca com camisa no estilo latino, um amigo começou a tirar sarro. Ele me perguntou: 'Quem você pensa que é? Coolio Iglesias?' Shows: Rio - terça (6), às 21h30, no Metropolitan (Av. Ayrton Senna, 3.000, Barra da Tijuca, Rio, tel. 021/283-3773), de R$ 20 a R$ 60/ SP - quarta (7) e quinta (8), às 21h30, no Olympia (r. Clélia, 1517, Lapa, tel. 252-6255), de R$ 30 a R$ 50; sábado (10), no Projeto Radial (R. Tuiuti, 1.547, Tatuapé, tel. 296-3710), 2h, R$ 12 Texto Anterior: Quem é Shaggy Próximo Texto: Danzig e Moby, extremos que se cruzam Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |