São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Israel forjou ataque suicida, diz palestino

Jovem foi recrutado como agente

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um estudante palestino de 25 anos denunciou, em entrevista concedida ontem, que havia sido recrutado por agentes do serviço de segurança de Israel para provocar ataques suicidas de dois militantes muçulmanos, na faixa de Gaza, no mês passado.
O porta-voz do governo israelense, Moshe Fogel, negou a denúncia e qualificou as declarações de absurdas e mentirosas.
O estudante Ibrahim Halabi afirmou que o órgão da polícia israelense Shabak esteve por trás do duplo atentado de 1º de abril, quando dois homens foram mortos enquanto carregavam bombas e esperavam a chegada de seus alvos, ônibus escolares israelenses, perto dos assentamentos judeus de Nigzatin e Kfar Darom, em Gaza.
Segundo ele, a intenção do governo do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, era provar que a autoridade palestina não é capaz de manter a segurança nas regiões que controla, o que não lhe permitiria respeitar os acordos de autonomia palestina.
O estudante declarou ter sido recrutado como agente pelas forças de segurança israelenses em 1988 e continuou fornecendo-lhes informações mesmo depois que a Autoridade Palestina conquistou o controle da faixa de Gaza em 1994, após acordo de paz.
Encontro
O presidente israelense Ezer Weizman e o líder palestino, Iasser Arafat, devem se reunir esta semana para recomeçar as conversações de paz que estão paralisadas há quase dois meses.
O assessor de Arafat, Ahmed Tibi, afirmou que o encontro será no lado israelense do posto de fronteira Erez, perto da faixa de Gaza.
As conversações foram interrompidas por causa da construção de um conjunto habitacional judeu no setor oriental de Jerusalém, de predominância árabe.
O governo do premiê Netanyahu autorizou assentamento de 6.500 casas para colonos judeus. Os palestinos exigem que Israel suspenda as obras.

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