São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Reino Unido estreita relação com a UE

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

O compromisso de realizar reformas radicais foi reafirmado ontem pelo gabinete do primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
O chanceler Robin Cook confirmou que o Reino Unido vai aderir neste mês às cláusulas sociais do tratado da União Européia. Cook disse, entretanto, que é pouco provável que o país adote o euro, a moeda única européia, em 1999.
Em uma indicação da importância que a questão européia terá durante seu governo, o premiê britânico também nomeou um ministro especial para cuidar da relação do país com a União Européia. Doug Henderson embarca hoje para Bruxelas, onde ocorre reunião com países-membros da UE.
O chefe da campanha eleitoral dos trabalhistas, Peter Mandelson, foi nomeado para um posto ministerial fora do gabinete. Ele acompanhará a aplicação das políticas do governo e cuidará de sua apresentação ao público.
Blair nomeou para seu gabinete cinco mulheres, um homossexual declarado e o primeiro ministro cego da história do Reino Unido.
Blair também anunciou no fim-de-semana que ele e sua família não vão morar no apartamento do andar superior do número 10 da Downing street (região central de Londres), tradicionalmente a residência do premiê britânico.
O apartamento, de dois quartos, era pequeno demais para Blair, sua mulher, Cherie, e seus três filhos. A família vai morar no apartamento do número 11, de cinco quartos, geralmente ocupado pelo ministro da Economia.
Gordon Brown, nomeado para o cargo, é solteiro e vai morar no número 10.
Conservadores
O ex-vice-premiê Michael Heseltine continuava internado ontem por causa de problemas cardíacos.
Heseltine, antes tido como o principal candidato à sucessão do ex-primeiro-ministro John Major, desistiu de concorrer à liderança do Partido Conservador.
Depois da derrota na eleição de quinta-feira, Major disse que deixaria a liderança do partido. Os trabalhistas conseguiram uma maioria de 179 cadeiras no Parlamento, a maior em 165 anos.
O Partido Conservador ficou sem nenhum representante no Parlamento pela Escócia e pelo País de Gales.
Diversos candidatos potenciais à sucessão de Major perderam seus postos na eleição, o que complicou ainda mais a situação do Partido Conservador.
O ex-ministro da Seguridade Social Peter Lilley anunciou ontem sua intenção de liderar o partido. Lilley representa a ala direita dos conservadores.
Até agora, seu único concorrente é o ex-ministro da Economia Kenneth Clarke. Clarke é favorável ao estreitamento de relações com a Europa e acredita-se que terá dificuldades em unificar o partido.
Outro candidato certo à sucessão de Major é o direitista John Redwood, que chegou a desafiar o ex-primeiro-ministro pela liderança do partido em 1995.

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