São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Fale em bom 'porto-alegrês'

LÚCIA KARAM
DA REDAÇÃO

Não é difícil entender como o porto-alegrense fala. Com bom humor, é possível seguir todos os roteiros pela capital e se comunicar com facilidade.
Se você alugar um carro, use o cinto de segurança, pois lá é obrigatório. Assim você não corre o risco de ser parado por um guarda de trânsito, e ele lhe pedir a "carteira" de motorista.
Com o carro, você pode dar a volta em torno do rio Guaíba, que não é rio, mas você nunca vai encontrar uma só pessoa na cidade que o chame de estuário.
Mas você só verá o Guaíba até onde começa o "muro de Berlim" da cidade, que o tira da vista.
Então você pode estacionar o carro, pagar um estacionamento caro ou um flanelinha mais caro ainda -você está na ponta do Sul, mas não saiu do Brasil, apesar das ondas separatistas- e conhecer a Casa de Cultura Mario Quintana.
Depois de passar por uma casa de bingo imensa e lamentar que no local funcionavam dois cinemas, vai chegar ao Mercado Público.
Lá é possível fazer um "rancho" (não construir uma casa, mas fazer compras de alimentos variados) e tomar uma cerveja no bar Naval ou experimentar a tradicional salada de frutas com sorvete da banca 40.
Deixe o carro parado e tome um ônibus no terminal em frente, na praça 15, e desça numa "parada" da avenida Osvaldo Aranha.
Ou tome um lotação, meio de transporte já oficializado na cidade, R$ 0,45 mais caro que um ônibus.
Lá fica o auditório Araújo Viana, onde pode estar rolando um show -você vai escutar a música de dentro do corredor de ônibus.
Ainda na Osvaldo Aranha -uma das ruas mais descritas em versos e músicas, principalmente pelo compositor Nei Lisboa (quase uma unanimidade)-, atravesse a rua na frente da "sinaleira" e encontre alguns bares.
Não tantos quanto durante os "verdes anos" rebeldes, quando havia a tradicional esquina maldita, reunião de bares onde se discutia política, acusavam-se gremistas de burgueses e apanhava-se da Brigada (Polícia Militar).
Se bater aquela fome e for muito tarde, alguém pode sugerir o Trianon. Se você for paulistano, não se assuste. O Trianon é uma "lancheria" que fica aberta toda madrugada e vende o melhor bauru da cidade.
Para a ressaca do dia seguinte, o melhor remédio é um bom chimarrão.

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