São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997 |
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Blair pode se acomodar com a vitória The Economist DO "THE ECONOMIST" Em editorial, a revista se pergunta que tipo de dirigente se revelará Tony Blair. A vitória nas eleições, a maior dos últimos 165 anos, não significaria a acomodação dos trabalhistas?A longa campanha eleitoral foi marcada pela monotonia, diz a publicação. A confortável vantagem trabalhista nas pesquisas permitiu que o partido mantivesse uma atitude passiva durante o processo eleitoral. Segundo a "Economist", o candidato se limitou a colher frutos de uma repulsa aos 18 anos de governo conservador. O eleitorado britânico, ao votar majoritariamente nos trabalhistas, escolhia o "menos pior". Mas, se pergunta, o que Blair fará com toda esta confortável margem de atuação? O primeiro ato de Blair deve ser a nomeação de um gabinete resoluto no lugar da simples aprovação do "desnorteado gabinete trabalhista fantasma", diz. No Reino Unido, a oposição mantém um gabinete paralelo ao do governo para criticar e propor alternativas às políticas do país. Para a "Economist", outra das primeiras medidas a serem adotadas é a contenção do crescimento econômico. Blair deve ainda reduzir a participação estatal no sistema previdenciário, extinguir a sucessão hereditária na Câmara dos Lordes e adotar a Convenção Européia de Direitos Humanos. A atual distribuição de forças no Parlamento permite que ele cumpra esses passos. Mas, a mesma vantagem que possibilita as reformas pode emperrá-las. A esmagadora vitória torna, por exemplo, a reforma na previdência "não necessária", afinal, o candidato trabalhista foi eleito sem mencionar alterações no sistema previdenciário. Blair "pode fazer em todas essas áreas o que um genuíno líder radical, como ele se declara, faria: guiar a opinião pública em vez de ser guiado por ela", diz a revista. Texto Anterior: Rebeldes do Zaire vão herdar o caos no sistema monetário Próximo Texto: MULTIMÍDIA Índice |
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