São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997 |
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França é excluída da negociação
MARTA AVANCINI
O principal sinal seria o fato de Mobutu ter comunicado por meio de uma carta a intenção de deixar o poder ao presidente norte-americano, Bill Clinton. Segundo os jornais "Le Monde" e "Libération", as autoridades francesas teriam tomado conhecimento da carta -cuja existência é negada pelo governo zairense- por meio de reportagem publicada no jornal norte-americano "The New York Times". A ausência do embaixador da França no Congo, Raymond Césaire, no encontro entre Kabila e Mobutu a bordo do navio SAS Outeniqua seria outra prova do desprestígio francês. O motivo seria o fato de a França ter sido um dos principais apoiadores do regime de Mobutu. Apesar disso, o governo francês tenta dar demonstrações de que está ativo no processo. Ontem, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jacques Rummelhardt, disse que a reunião de anteontem foi fruto dos esforços conjuntos da França e dos Estados Unidos visando garantir a paz no Zaire. Pouca resistência Os rebeldes liderados por Laurent-Desiré Kabila, devem chegar a Kinshasa, capital do Zaire, até o próximo final de semana. Esta é a avaliação do presidente da Coordenação dos Comitês de Apoio a Kabila na França, N'Zamba Afri-Ku-Nyeng. "Falei hoje (ontem) com o comando no Zaire, e falta muito pouco para o país ser nosso", disse à Folha N'Zamba, que coordena na Europa a ação de 15 comitês de apoio ao líder rebelde. Apesar de os rebeldes estarem próximos de Kinshasa, onde se concentram os últimos redutos de apoio a Mobutu, não deverá haver uma batalha sangrenta, segundo N'Zamba. "No país inteiro houve pouca resistência. Não será diferente na capital", afirmou. Quanto ao fato de Kabila reivindicar para si o posto de chefe do governo de transição, N'Zamba diz achar a postura natural. "Ele comandou o processo e cabe a ele coordenar a reestruturação do Zaire. As eleições virão no tempo certo", disse. Texto Anterior: Rebeldes x governo Próximo Texto: EUA matam separatista do Texas em tiroteio; Refém de guerrilheiros morre na Colômbia; Hashimoto chega ao Peru na sexta-feira; Chineses já não crêem no Partido Comunista; Arafat duvida do êxito da missão americana Índice |
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