São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997 |
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Privatização garante R$ 1,6 bi a empresas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A privatização da Companhia Vale do Rio Doce já garantiu ao setor privado financiamentos de R$ 1,66 bilhão. Esses recursos correspondem a 50% do que foi arrecadado na primeira etapa da venda.O dinheiro será emprestado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) por meio do FRE (Fundo de Reestruturação Econômica). Os primeiros empréstimos devem ser liberados no final do mês. Segundo o porta-voz Sergio Amaral, o presidente Fernando Henrique Cardoso determinou ontem ao ministro Antonio Kandir (Planejamento) que apresente os projetos de infra-estrutura em que deverão ser investidos recursos obtidos com a venda da Vale. A decisão de usar 50% do arrecadado com a venda da Vale para financiar o setor privado foi adotada por FHC porque não havia consenso no governo sobre o uso dos recursos. A proposta do ministro Pedro Malan (Fazenda) era usar a verba para abater dívida pública. O FRE foi sugerido por Kandir. Se usar R$ 1,66 bilhão para abater dívida, o governo pode economizar cerca de R$ 333,81 milhões em 12 meses no pagamento de juros, caso a taxa paga para remunerar os títulos fique em 20% ao ano. A previsão do governo, porém, é obter pelo menos R$ 5 bilhões com a venda. Confirmada a estimativa, R$ 2,5 bilhões serão destinados ao setor privado, principalmente nos Estados onde a Vale atua. O FRE será destinado, em especial, a empresas da área de infra-estrutura. O prazo médio para pagar os empréstimos deve ser superior a dez anos, e os juros, compatíveis com o mercado externo. Telecomunicações e energia são dois dos setores que devem ganhar linhas de crédito após serem privatizados. Haverá ainda recursos para o setor ferroviário e para modernizar o parque industrial. O BNDES pretende ainda destinar recursos do FRE para obras de saneamento e transportes. Texto Anterior: BNDES vê anomalia na venda da estatal Próximo Texto: Fundos de pensão são o 2º maior acionista Índice |
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