São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Derrota desaponta Anglo American

DA "REUTER"

Executivos da Anglo American, empresa de mineração da África do Sul, disseram ontem estar desapontados por terem perdido a chance de adquirir o controle acionário da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
"Claro que estamos desapontados. Devotamos considerável atenção a esse assunto nos últimos meses", disse o diretor da empresa, Michael Spicer.
Spicer declarou que sua empresa não estava preparada para pagar ágio, especialmente com a pequena chance de recuperação do investimento a curto prazo.
"Parte dessa atenção estava voltada para a dívida da empresa. Por isso, sentimos que o preço mínimo estabelecido estava de acordo."
"Estabelecemos parâmetros claros sobre quais níveis representavam valor. Não estávamos preparados para pagar mais, muito menos algo nesse valor."
"Em uma situação de leilão como essa, você pode sempre forçar um pouco, mas, se você entra em um território desconhecido e não há chance de recuperar o investimento a curto prazo, você tem de abandonar o negócio", declarou.
O consórcio Brasil, vencedor do leilão, ainda tem a opção de ampliar seu controle acionário para até 45% das ações votantes da empresa.
Spicer disse que, apesar de a Anglo American não fazer parte do consórcio vencedor, tanto ela quanto a Minorco, sua subsidiária no Brasil, permanecerão no país.
"A Anglo e a Minorco são parceiras de longa data do Brasil, nós temos duas décadas de negócios aqui", afirmou.
Ele disse ainda que a Anglo tem muitos outros empreendimentos no país, incluindo o projeto Salobo, uma "joint venture" entre a Minorco e a Vale.
Um estudo de viabilidade sobre o Salobo, realizado em 1995, indicou a necessidade de um investimento de US$ 1,5 bilhão para que o projeto pudesse estar em condições de produção até o final do século.
O estudo indicou que a capacidade anual da Salobo, localizada na região de Carajás (PA), poderia ser de até 200 mil toneladas de cobre refinado, 7.826 quilos de ouro, prata e ácido sulfúrico.

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