São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997 |
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Centrais divergem sobre uso do FGTS
SHIRLEY EMERICK
Conforme a Folha noticiou ontem, o governo incluirá essa possibilidade no projeto de conversão da MP (medida provisória) que estabelece as regras da privatização. A Força Sindical, principal aliada do governo nas questões da área trabalhista, apóia a proposta, mas exige autonomia dos sindicatos para criar fundos de investimentos. O diretor da central e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que os trabalhadores devem ter acesso direto aos leilões, sem intermediação dos bancos. É que, no projeto do governo, somente as instituições financeiras poderão administrar os FMP (Fundos Mútuos de Privatização). "Queremos democratizar o capitalismo para que os trabalhadores participem dos leilões", afirmou Paulinho. Outra alteração que a Força Sindical quer ver na proposta é a ampliação dos recursos do fundo a serem aplicados na privatização. Para Paulinho, o governo deveria autorizar a utilização de até 100% do saldo de cada trabalhador, e não apenas os 50% previstos. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) é radicalmente contra a mudança da destinação dos recursos do FGTS. "O dinheiro é para ser aplicado em financiamentos de habitação popular e saneamento básico", disse o representante técnico da central no Conselho Curador do FGTS, André Luiz de Souza. Segundo ele, existe um déficit de 7 milhões de unidades habitacionais e seria necessário o investimento de cerca de R$ 60 bilhões para resolver a carência. Outra preocupação da central é com o risco do investimento. Os saldos das contas vinculadas do fundo são corrigidos pela TR (Taxa Referencial) mais 3% ao ano. Com a aplicação dos recursos em ações, a remuneração dependeria da movimentação das ações das empresas nas Bolsas de Valores. Texto Anterior: Derrota desaponta Anglo American Próximo Texto: Modelo da venda da Cesp sai em 3 meses Índice |
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