São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Em 2 anos, Brasília teve 13 queimados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Queimar pessoas que dormem em paradas de ônibus, embaixo de pontes e em ruas não é novidade em Brasília.
O Hospital Regional da Asa Norte, que tem um setor de queimados, registrou nos últimos dois anos 13 casos de mendigos, alcoólatras e meninos de rua queimados enquanto dormiam.
Na madrugada de domingo, o mendigo Alair Roberto de Araújo, 47, teve as duas pernas queimadas quando dormia atrás de uma loja.
O mendigo continuava internado ontem na Unidade de Queimados do HRAN, que também atendeu o índio Galdino Jesus dos Santos, que foi queimado vivo no dia 20 de abril por um grupo de cinco garotos da classe média de Brasília.
"Um paciente me disse que estava dormindo e que quando acordou pegava fogo. É doloroso", afirmou o chefe da Unidade de Queimados do hospital, Frederic Louis Steenhouwer.
Em 95, foram registrados seis casos de moradores de rua atingidos pelo fogo.
Um deles relata a história de uma mendiga de 38 anos que foi queimada enquanto dormia em uma rua da cidade-satélite Núcleo Bandeirante.
Apesar de as queimaduras terem sido de terceiro e segundo graus, ela sobreviveu.
Em 96, um outro mendigo foi queimado enquanto dormia sob uma ponte. Ele também sobreviveu. "As situações são muito parecidas, mas nunca houve um caso tão grave quanto o do índio pataxó", disse o médico.
A polícia investiga todos os casos, mas esbarra na falta de informações.
Na maioria das vezes, as vítimas são pessoas que não têm documentos nem conseguem dar informações mais detalhadas.

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