São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997 |
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Ônibus de São Paulo param das 3h30 às 7h
MARCOS PIVETTA
A proposta de paralisação foi rapidamente aprovada por unanimidade na assembléia, realizada na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Se toda a categoria (55 mil trabalhadores) aderir à greve, 10.800 ônibus deixarão de circular, dificultando a locomoção de cerca de 6 milhões de pessoas que usam diariamente o transporte coletivo nesse horário. "Não é greve. É uma paralisação de protesto", disse o presidente do sindicato dos trabalhadores, José Alves do Couto Filho, o Toré. O dirigente sindical afirma que, depois das 7h, os motoristas e condutores estão instruídos a voltar ao trabalho normalmente. Em campanha salarial, o sindicato dos trabalhadores teve reunião ontem de manhã com o Transurb (sindicato patronal, das empresas de ônibus) e o secretário municipal de Transportes, Carlos de Souza Toledo. Na reunião, Toledo apresentou uma proposta de conciliação, um pouco melhor do que a que o Transurb havia oferecido aos motoristas e cobradores. A proposta da secretaria prevê reajuste salarial de 7% e auxílio de R$ 11 por funcionário para pagamento de convênio médico (a do Transurb oferecia reajuste de 5%, mas com aumento da jornada de trabalho). Os trabalhadores querem 13% de reajuste salarial, mais 7% de aumento por participação no lucro, e convênio médico gratuito. "Se houver a paralisação, não vou mais intermediar a negociação entre o sindicato dos trabalhadores e o Transurb", afirmou o secretário Toledo. "A paralisação é uma atitude drástica. Ainda temos 20 dias até o fechamento da folha de pagamento do mês para negociar." O presidente do Transurb, Maurício Lourenço da Cunha, disse que "as empresas de ônibus estão em dificuldades e não têm como oferecer mais do que já ofereceram". Segundo ele, as empresas estão dando prejuízo. A SPTrans -antiga CMTC, empresa que gerencia o sistema de transporte da cidade- informou que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou ontem à tarde que o sindicato dos trabalhadores mantenha em funcionamento, pelo menos, 50% da frota de cada linha que serve à capital de São Paulo. A decisão do TRT, tomada em resposta a uma medida cautelar pedida pelo SPTrans já na sexta-feira passada, prevê multa diário de R$ 70 mil aos responsáveis pela greve. Texto Anterior: Acordo pode garantir inspeção de veículos Próximo Texto: Entenda a paralisação Índice |
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