São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Bióloga grávida é assassinada no Ceará

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O paramédico Daniel Nascimento Câmara, 22, é acusado de matar a bióloga Soraya Iglesias Van Der Kulgt, 37, no último domingo, em Itaitinga (26 km ao sul de Fortaleza), no Ceará.
O delegado de Itaitinga, Carlito Oliveira, disse que vai pedir hoje a prisão preventiva de Câmara. Segundo Oliveira, o depoimento de uma testemunha que afirma ter presenciado o crime e as contradições no álibi apresentado por Oliveira aumentam as suspeitas de que Soraya tenha sido assassinada pelo paramédico.
A Agência Folha procurou Câmara ontem em sua casa, em Fortaleza, mas não o encontrou. No seu local de trabalho, ele não aparece há dois dias.
O corpo de Soraya foi encontrado na manhã da segunda passada, dentro de seu carro, em frente a um clube de Itaitinga.
Ela tinha ossos do tórax quebrados e a cabeça esmagada com sinais de pedradas.
Gravidez
Soraya estava grávida de oito meses. Ela esperava um filho de Câmara, com quem havia namorado por dois meses, entre setembro e novembro do ano passado. Atualmente, os dois estavam separados e Câmara está noivo de outra mulher.
A polícia começou a suspeitar de Câmara porque, antes de sair de casa, Soraya avisou à empregada que iria encontrar-se com ele. Em sua agenda, está anotado que os dois trocaram telefonemas na semana passada.
O comerciante João Alexandre Neto, amigo de Soraya, afirmou que ela havia dito que Câmara queria que a bióloga não tivesse o filho ou então mudasse de Fortaleza.
Em depoimento à polícia, Câmara negou que tivesse matado Soraya e afirmou que estava atendendo a dois clientes no momento do crime. Ele trabalha como paramédico no serviço de emergência da Prefeitura de Fortaleza.
Oliveira disse que investigações feitas pela polícia comprovaram que o álibi apresentado por Câmara era falso.
Detalhes
Posteriormente, Câmara afirmou que estava no clube em frente ao qual o corpo de Soraya foi encontrado.
Segundo Oliveira, a decisão de pedir a prisão de Câmara foi tomada depois de ouvir uma testemunha que contou detalhes sobre a forma como o paramédico teria assassinado a bióloga.

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