São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Perito vê 'coincidências' em documentos

DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS

O perito de documentos Celso Del Pichia concluiu que a máquina de escrever com a qual foram feitas sentenças do juiz Antônio Aguiar Pereira é a mesma que fazia petições do advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho.
O perito foi contratado pela Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) em 1993 para analisar algumas decisões, perícias e petições que estão nos processos de indenização por danos morais no Maranhão.
O laudo concluiu ainda que a perícia judicial assinada por Ricardo Dualibe numa indenização de US$ 3,08 milhões contra o Bradesco seria a mesma do advogado Pedro Leonel. Segundo a perícia contratada pela Febraban, as petições, laudos e decisões eram feitas pela mesma máquina e, presumivelmente, pela mesma pessoa.
O perito Del Pichia disse à Folha que tem certeza da conclusão da perícia. "A máquina usada era velha, cheia de defeitos que se repetiam igualmente em todas as petições. Tenho 150% de certeza".
O laudo consta de um dossiê preparado pela Febraban e enviado à Procuradoria-Geral da República. No dossiê, a Febraban considerava até a hipótese de uma intervenção federal no Estado. A procuradoria entendeu que o assunto deveria ser investigado pelo Ministério Público do Maranhão e remeteu todo o material para São Luís. Até hoje a investigação não saiu do papel.
O dossiê da Febraban apontava ainda várias coincidências.
O juiz Jaime Ferreira de Araújo ganhou indenização contra o Banco do Maranhão. Seu advogado foi Pedro Leonel. Mais tarde, o juiz atuou, como magistrado, em pelo menos dois processos nos quais Pedro Leonel funcionou como advogado. A Febraban aponta também a mesma coincidência no caso de dois peritos, que continuam atuando na Justiça.

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