São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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CARLOS SARLI

A palavra alpinismo vem de Alpes, portanto, associada a montanhas com neve. No Brasil é usada indevidamente. Aqui o que se pratica é montanhismo e escalada, no caso de paredes naturais, ou escalada esportiva, para as artificiais.
Alguns alpinistas brasileiros, no entanto, têm se destacado no esporte. O fluminense Mozart Catão, 34, é um deles. Atualmente na reta final do projeto "Petrobrás nas Mais Altas Conquistas", ele vem travando um duelo saudável com o paranaense Waldemar Niclevics, 31.
Ambos buscam conquistar a mais alta montanha de cada um dos continentes. Já fizeram o Aconcágua (6.949 m), na América do Sul, o Mont Blanc (4.807 m), na Europa Ocidental, o Kilimanjaro (5.895 m), na África, o Everest (8.848 m), na Ásia, o Elbrus (5.642 m), na Europa Oriental, e o Winson (4.897 m), na Antártida.
Este último, Mozart fez no começo do ano aproveitando o "dia" de seis meses que vai de 23 de setembro a 21 de março no continente Polar Sul. A temperatura é mais agradável, algo em torno de 30 graus negativos, e o vento mais ameno, a 100 Km/h. O máximo do requinte era comer macarrão na panela, antes que congelasse.
Hoje, Mozart está no Alasca, subindo o Mckinley em companhia de Alexandre Oliveira. Com 6.197 m, é a penúltima etapa do projeto. Caso a conquista, que começou segunda-feira, termine com sucesso, faltará o Carstensz, na Indonésia, o mais alto da Oceania.
A corrida para ver quem realiza a façanha primeiro aumenta a dificuldade e o risco. Projetos desse tipo dependem de muito planejamento e logística, além de uma boa grana. Em 96, Mozart fincou a bandeira brasileira em cinco montes.
Desafios motivam atletas e estendem os limites. Os brasileiros estão longe do desafio máximo que é fazer os 14 picos com mais de 8.000 m. Até hoje, só quatro alpinistas realizaram.

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