São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997
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Delegado diz que não falou em 'armação'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O delegado Valmir Alves de Carvalho, responsável pelo inquérito do assassinato do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, negou em juízo que tenha posto em dúvida a imparcialidade de um eventual julgamento desse caso pela Justiça Federal.
No último dia 24, Carvalho afirmou que tinha "cheiro de armação" o pedido do Ministério Público Federal de que o caso fosse transferido da Justiça do DF para a Justiça Federal.
Segundo Carvalho, o fato de um dos acusados ser filho de um juiz federal -o juiz da 7ª Vara de Brasília, Novély Vilanova da Silva Reis- poderia favorecê-los num eventual julgamento pela Justiça Federal.
A declaração de Carvalho, feita em entrevista coletiva, foi publicada no dia 25 pela Folha e pelos jornais "O Globo" e "Jornal do Brasil", do Rio.
O delegado foi interpelado judicialmente pelo procurador da República Luís Wanderley Gazoto, autor do pedido de transferência do caso para o âmbito federal.
Gazoto requereu a transferência baseado no fato de que os índios são tutelados pela União e, por isso, qualquer crime que os envolva como autores ou vítimas deve ser julgado na esfera federal.
Gazoto considerou que a frase do delegado tinha conotação caluniosa, já que "armação", popularmente, significa complô e má-fé. Daí o pedido de explicações em juízo, que gerou o recuo do delegado.

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