São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997 |
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Prefeitos repudiam legalização de drogas
LUCIA MARTINS
"A base para o futuro deve ser uma política rigorosa em relação a drogas (...). Projetos de descriminalização de entorpecentes devem ser rejeitados", diz o documento, intitulado "Declaração de São Paulo", apresentado no 1º Encontro das Cidades Latino Americanas Contra as Drogas. Patrocinado pelo governo dos EUA, o seminário acontece até amanhã no Maksoud Plaza (região central de São Paulo). A idéia é fazer com que os prefeitos troquem experiências de programas contra o uso abusivo de drogas. Mas ontem o principal ponto repetido pelos conferencistas foi a necessidade de manter o uso de drogas proibido por lei. "Temos que dizer não às drogas e sim à vida. E, para isso, temos que dizer não à descriminalização das drogas e mais rigor contra o vício", disse o prefeito de São Paulo, Celso Pitta, que vai mediar um debate entre prefeitos amanhã. Para combater o uso e o tráfico de drogas, Pitta afirmou que a prefeitura está implantando dois programas: contratando mendigos para ajudar na limpeza e criando projetos que integrem menores carentes em atividades esportivas. A posição do prefeito foi repetida por uma das coordenadoras do congresso e co-presidente da Rede de Prevenção de Drogas das Américas, Laura Baldivieso. "Acho que é consenso que legalizar drogas é uma experiência que não dá certo e que aumenta o consumo." O embaixador dos EUA no Brasil, Melvyn Levitsky, falou ainda sobre a necessidade de os países trocarem experiências bem-sucedidas de combate às drogas. "O problema do consumo de entorpecentes é um problema que dividimos. Mas também temos muitas idéias para dividir", afirmou. Já o ministro-interino da Justiça, Milton Seligman, centrou o seu discurso na necessidade de incrementar parcerias governos-governos e governos-empresas. Em nenhum momento, Seligman pediu a não-legalização das drogas, mas negou que haja discordância entre a posição norte-americana e a brasileira em relação ao combate das drogas. "Na nossa nova lei sobre drogas (que tramita no Senado, esperando aprovação), mantivemos a criminalização dos entorpecentes." A mudança em relação à lei vigente é a discriminação entre usuários e traficantes, disse Seligman. O vice-presidente da República, Marco Maciel, fechou a abertura da conferência ontem afirmando que a "guerra às drogas se faz em cada esquina e, por isso, tem que ser uma luta das prefeituras". Texto Anterior: Presos mantém dois reféns por 5 horas Próximo Texto: Suíça fala de heroína grátis Índice |
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