São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997
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Presos mantém dois reféns por 5 horas

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois carcereiros foram mantidos como reféns durante cinco horas pelos 298 presos rebelados da cadeia do Depatri (Departamento Estadual de Investigações Sobre Crimes Contra o Patrimônio).
Essa foi a terceira revolta de presos na cidade de São Paulo em uma semana. Não houve feridos. O motim acabou com a transferência de 25 detentos já condenados pela Justiça para cinco penitenciárias.
No Depatri, ao contrário das penitenciárias, os presos não têm direito a banho de sol e a visitas íntimas. "Aparentemente, eles não queriam fugir, só a transferência", disse o delegado José Alves dos Reis, diretor do Depatri.
A rebelião começou às 10h15. Os carcereiros Antônio Virardi e Marcelo Alberto de Godoi foram pôr um preso em uma das 15 celas da cadeia, quando foram rendidos pelos outros detentos.
Armados com estiletes, eles ameaçaram matar os reféns caso não fossem transferidos 30 presos. O alarme da primeira revolta de 1997 no Depatri foi dado pela carcereira Benedita Pullman, 66.
Ela estava abrindo um dos portões da cadeia para que um caminhão de lixo entrasse quando ouviu o barulho no interior do prédio. Imediatamente, a cadeia foi cercada pelos policiais.
O local tem dois pisos -as celas do primeiro andar estão interditadas. Projetada para ter segurança máxima, a cadeia conserva somente o alarme infravermelho, pois o sistema de circuito interno de TV está quebrado.
A transferência dos presos, que começou às 15h15, terminou no final da tarde de ontem, quando os carcereiros foram soltos.

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