São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997 |
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A OBRA
MARILENE FELINTO
O romance, narrado em primeira pessoa, é a história da rebelião de André, filho de repressora família de origem árabe, contra os rígidos preceitos de comedimento e bom comportamento impostos pelo pai. André vive o drama da paixão por uma de suas irmãs, Ana, com quem consuma um incesto. Depois disso, abandona o lar. Instado pela família a voltar para casa, recebe seu irmão Pedro na pensão onde vive. Por meio da conversa dele com Pedro, o leitor vai conhecendo os motivos da revolta e da partida de André. Lido por muitos como uma versão moderna da parábola do filho pródigo, o romance é dividido em duas partes, "A Partida" e "O Retorno". Os temas tratados são, segundo bem observou Leyla Perrone-Moisés, os da tradição mediterrânea: a terra, o trigo, o pão, a mesa, a família, o amor, o trabalho, o tempo. Também segundo Perrone-Moisés -em "Da Cólera ao Silêncio", um dos melhores ensaios sobre o livro, publicado nos "Cadernos de Literatura Brasileira", Instituto Moreira Salles, 1996-, a força do romance está na linguagem em que se narra essa tragédia familiar. "Impressiona o fôlego com que alinha seus extensos (...) parágrafos, o tom de recitativo trágico alternado com fragmentos líricos (...). Impressiona a riqueza e a precisão das metáforas, colhidas dentro do mesmo campo discursivo (...) das parábolas evangélicas e corânicas." Discreto quanto à adaptação de seu romance para o cinema, Raduan Nassar, que se diz um assíduo "vedor de novelas", emociona-se com a dedicação de Luiz Fernando Carvalho e elogia o talento do diretor. (MF) Texto Anterior: LIVRO DE NASSAR VAI AO CINEMA Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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