São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Congressistas recebem a pior avaliação

HAROLDO CERAVOLO SEREZA
DA REDAÇÃO

Deputados federais e senadores passam pela pior avaliação dessa legislatura, empossada em fevereiro de 1995.
Segundo levantamento nacional realizado pelo Datafolha, 31% dos entrevistados acham que os parlamentares eleitos em outubro de 1994 estão tendo um desempenho ruim ou péssimo. Na pesquisa anterior, de dezembro de 1996, esse número era de 26%.
No mesmo período, caiu de 21% para 17% os que acham que os congressistas têm tido uma atuação ótima ou boa.
Neste ano, os temas que mais mobilizaram o Congresso foram as votações da emenda da reeleição e da reforma administrativa pela Câmara e as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Precatórios pelo Senado.
O principal desgaste parece ter sido provocado pela votação da reforma administrativa.
O texto aprovado em primeiro turno na Câmara estabelece como teto de vencimentos dos servidores o salário pago aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que hoje pode chegar a R$ 12,7 mil.
Para conquistar o voto da chamada "bancada dos aposentados", o governo apresentou uma proposta que permitia que os parlamentares acumulassem vencimentos de até R$ 21,6 mil.
Com a reação da opinião pública, governo e Congresso acabaram recuando. Nesta semana, a Câmara deve continuar a votação dos destaques do texto da reforma.
A queda na popularidade do Congresso também pode ser parcialmente explicada pelas negociações entre governo e deputados que levaram à aprovação da emenda que permite a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, nos meses de janeiro e fevereiro.
É entre os admiradores de FHC que os congressistas têm a sua melhor imagem -27% dos que acham o governo ótimo ou bom também enquadram deputados e senadores nessa categoria.
A maior reprovação se dá entre os mais escolarizados (45% consideram a atuação ruim ou péssima) e simpatizantes dos PPB (43%).
No geral, deputados e senadores têm se mostrado uma grande decepção para os eleitores. Em dezembro de 1994, dois meses após a eleição, 42% acreditavam que a legislatura que se seguiria seria ótima ou boa. Achavam que ela seria ruim ou péssima apenas 12%.
A diferença em relação à avaliação atual precisa ser relativizada, pois a expectativa costuma ser otimista. Segundo pesquisa publicada ontem pela Folha, o governo FHC é considerado ótimo ou bom por 42%. Antes da posse, 70% esperavam esse desempenho.

A pesquisa foi realizada nos dias 5 e 6/5. Foram entrevistadas 3.811 pessoas. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.

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