São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Prefeitos pedem ação preventiva antidroga

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 30 prefeitos de vários países assinaram ontem, em São Paulo, uma declaração de repúdio à legalização das drogas e propostas de combate ao narcotráfico.
O documento Declaração de São Paulo encerrou o 1º Encontro das Cidades Latino-Americanas Contra as Drogas (Eclad).
A assinatura da declaração foi coordenada pelo prefeito Celso Pitta, de São Paulo, que mencionou o Dia das Mães -comemorado ontem- para dizer que as mulheres, nas famílias, "exercem papel importante no início do combate às drogas".
Patrocinado pelo governo dos EUA, o seminário aconteceu da última sexta-feira até ontem, no hotel Maksoud Plaza (região central). O evento quis que prefeitos trocassem experiências de programas contra o uso abusivo de drogas.
Parte do público protestou contra o pouco comparecimento de prefeitos brasileiros -a maioria era de estrangeiros-, contra a ausência de representantes do Confen (Conselho Federal de Entorpecentes), órgão responsável pelas políticas contra drogas no Brasil, e contra o cancelamento não-justificado de palestra de especialista brasileiro (leia texto abaixo).
A Declaração de São Paulo rejeita "os pedidos para legalização de drogas ilícitas" e apóia "programas e políticas que promovam o não-uso das drogas", por meio de prevenção e educação.
O documento incentiva também "a pesquisa e a evolução de práticas e políticas contra drogas" e apóia "as atuais convenções da Nações Unidas sobre drogas e a estratégia antidrogas da OEA.
A declaração estimula a cooperação e permuta de dados e experiências entre prefeituras e organizações comunitárias, além de solicitar "que governos respeitem e apliquem rigorosamente as convenções que tenham assinado".
Para a diretora da Acad (Cidades Americanas contra as Drogas), Sue Rusche, "manter as drogas fora da lei é importante para manter baixos o consumo e seu consequente custo". Segundo ela, os EUA gastam cerca de U$ 6 bilhões por ano em propagandas de cigarros e de bebidas alcoólicas, enquanto a "indústria" da droga não tem esse gasto.
"Enquanto 60 milhões de norte-americanos fumam, 13 milhões usam drogas. Enquanto 100 mil norte-americanos morrem por ano em razão do álcool, 15 mil morrem por causa de droga. Os dados mostram que não há vantagem em liberar e difundir o uso de drogas". disse Sue.
Segundo o vice-prefeito de Estocolmo (Suécia), Carl Cederschiold, a cidade reduziu em 0,2% o número de dependentes de drogas, no final da década de 80, em razão, segundo ele, da proibição do uso de entorpecentes no país.

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