São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Fundação ajuda 'informais'

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O princípio básico da FOS, de "não carregar o sujeito, mas ensiná-lo a andar", também é aplicado às entidades que a própria federação mantém.
Uma delas, a Fundef (Fundação de Desenvolvimento Econômico Familiar), já ajudou a criar cerca de 12 mil micro e pequenas empresas em dez anos de existência.
"São pessoas que perdem seu emprego, pegam seu Fundo de Garantia, sabem produzir alguma coisa mas não têm informação para administrar e registrar seu negócio ou decidir como vender seus produtos", diz Gino Pereira dos Reis.
A assessoria da FOS procura inserir uma atividade informal no mercado formal de trabalho. "Damos cursos de gerenciamento de uma microempresa informal. Depois, damos assessoria individualizada e, por fim, fazemos registro na Junta Comercial. A partir daí, encaminhamos a empresa ao Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)", afirma Reis.
Apesar de ensinar os outros como sobreviver sem ajuda, a Fundef ainda não assimilou a própria lição. Cerca de 60% de seus gastos são cobertos com recursos da FOS. O restante do dinheiro é proveniente de um convênio firmado com o Sebrae.
Empresas
Em paralelo ao auxílio fornecido pela Fundef para pessoas que estão no mercado informal, a Federação montou para as entidades filiadas o curso de gestão de qualidade, iniciado este ano e ministrado por professores da FGV (Fundação Getúlio Vargas), PUC e USP.
Nas 330 horas-aula do curso, a entidade assistencial é tratada como uma empresa, com direito a estratégia de marketing, organização administrativa e planejamento de metas. As aulas são dadas na sede da FOS, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo).
O discurso das alunas reflete a mudança no pensamento da entidade. "Você tem que pensar nas pessoas atendidas como público. Não dá para achar que como o sujeito não tem nada, qualquer coisa que você der está bom", diz Márcia de Jesus Ficentini, 35, da creche São João Batista, na Vila Carrão.
(RV)

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