São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997 |
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Brasília elimina 1 em cada 10 acidentes
RENATA GIRALDI
Até 1995, segundo o Detran, 95% dos motoristas brasilienses dirigiam acima da velocidade permitida, com médias que variavam de 85 km a 156 km/h. A maioria das barreiras eletrônicas fica escondida em postes de iluminação -são os chamados "pardais". Outras são visíveis e antecedidas por sinalização. As barreiras fotografam o veículo que ultrapassa o limite permitido de velocidade e marcam a hora que foi cometida a infração. Há ainda 23 radares móveis, operados por policiais de trânsito. A multa por excesso de velocidade é de R$ 72. Se o motorista for reincidente, esse valor dobra, podendo chegar R$ 360. A antipatia dos motoristas ao "herói do trânsito" estimulou o surgimento dos mais variados apelidos, de "pardais" a delatores. As reclamações são constantes e chegaram à Justiça, onde uma série de mandados de segurança pediram a suspensão da lei que viabiliza as multas eletrônicas. Alguns motoristas se aperfeiçoam na tentativa de burlar a ação dos "delatores". Mapas com as indicações de onde estariam instaladas as barreiras foram distribuídos como tesouros nas repartições públicas e em algumas empresas privadas, para que os motoristas pudessem decorar as localizações dos pardais. Nova mentalidade No geral, segundo dados do Detran, o brasiliense aprovou a medida e comemora seus efeitos. "Antes, o brasiliense queria chegar rápido e agora ele pensa em chegar, mas com cautela e preservando a vida", disse o diretor-geral do Detran, Luís Riogi Miura. A expectativa dos técnicos do Detran é que neste ano o número de acidentes seja ainda menor do que no ano passado, com uma redução de pelo menos 30%. Para eles, a tendência é que os números caiam a cada ano. Texto Anterior: Orwell criou Grande Irmão Próximo Texto: Câmeras causam 'neuras' em paulistanos Índice |
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