São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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BH não tem onde pôr carros apreendidos

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O BPTran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar), em Belo Horizonte, há mais de um mês não apreende veículos de motoristas que cometeram infrações.
O problema é a falta de espaço nos depósitos do Detran (Departamento de Trânsito), que estão lotados, com aproximadamente 1.500 veículos abandonados.
O BPTran recebeu a orientação do Detran para não levar mais carros para os depósitos até que essa situação seja resolvida. Com isso, os motoristas infratores são beneficiados ao não ter os carros apreendidos. As autuações e as multas relativas às infrações, no entanto, são aplicadas normalmente pelo Detran.
Os delitos mais comuns que requerem a apreensão dos veículos são condução por pessoa inabilitada, motorista embriagada, carros envolvidos em acidentes ou sem condições de trafegar.
"As blitze são feitas normalmente -são oito operações por dia. Só não estamos removendo os veículos para os depósitos, que estão cheios", disse o major Reinaldo Martins, subcomandante do Batalhão de Trânsito.
Segundo ele, os carros são conduzidos para as delegacias de trânsito e um parente ou amigo do infrator, habilitado, é chamado para retirar o veículo.
Placas cortadas
No caso de carros sem condições de tráfego, em vez da remoção para o depósito, o carro tem a placa cortada.
Somente quando o veículo continua trafegando sem a placa é que ele poderá ser recolhido, além do infrator ser autuado novamente. "Se acontecer, vamos ajeitar um lugar no depósito", disse o subcomandante.
O BPTran, segundo ele, ainda continua agindo com rigor, mas preocupado também em educar o motorista infrator.
No ano passado, o BPTran registrou 3.090 casos de motoristas inabilitados e 455 casos de embriaguez, apenas nas fiscalizações realizadas nos principais corredores de tráfego e no centro da cidade.
Isso representa a média de 295 infrações notificadas por mês. Mas o BPTran informa que esse número cresce conforme aumenta a frota de veículos.
As consequências desse crescimento, segundo o major, resulta também em outros tipos de infrações e acidentes.
"Aumenta a frota, mas as vias de Belo Horizonte são as mesmas de dez anos atrás. Pouco foi investido", afirma.
É crescente o número de acidentes, principalmente com vítimas. Nos principais corredores e no centro da cidade, em 1996, o trânsito fez 4.118 vítimas, sendo 77 fatais. Desse total, 1.307 pessoas foram vítimas de atropelamentos.

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