São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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País também tem 'vidraças'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil entra nas negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), nesta semana em Belo Horizonte (MG), com argumentos ensaiados contra as barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos. Mas não tem como esconder suas "vidraças".
Esses pontos delicados estão centrados na abertura modesta da sua economia, na proteção a alguns setores, nas barreiras não-tarifárias e nas altas tarifas consolidadas perante a OMC (Organização Mundial do Comércio).
Atualmente, o Brasil aplica tarifa média de importação de cerca de 14%. Em 1989, quando o mercado ainda se mantinha fechado, o percentual era de 35,9%.
Embora tenha implementado a abertura de seu mercado e enfrente um déficit comercial de US$ 9,274 bilhões nos últimos 12 meses, a iniciativa é considerada modesta. Nos Estados Unidos, a tarifa média aplicada é de 3%.
Na área automotiva, o Brasil é questionado por proteger o setor com tarifa de importação de 63%.
Outra "vidraça" está na lista de tarifas para o ano 2000 consolidadas junto à OMC. Não se tratam das taxas que serão aplicadas efetivamente, mas dos percentuais máximos que o país se comprometerá a respeitar.
Para evitar pressões futuras pela redução de suas tarifas, o governo adotou uma posição defensiva e preferiu indicar à OMC percentuais considerados elevados. Para os produtos industriais de 35%, e para os agrícolas, de 55%.

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