São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Fique esperto contra esses males

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma excelente notícia: a incidência de Aids caiu entre jovens de 15 a 19 anos. Em 95, 118 casos foram notificados no Estado de São Paulo contra 63 no ano passado, informa a Secretaria de Estado da Saúde. Agora a má: outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) estão crescendo. Por isso, as fotos terríveis aqui hoje, de pênis e vagina com DSTs em estágios avançados. A idéia é mostrar, também pela imagem, a necessidade de se proteger contra as DSTs, e não apenas contra Aids e gravidez. Como? Usando camisinha sempre na hora da transa, não só durante a penetração vaginal.
O vírus HIV já é bem conhecido. E o HPV? Sabe do que se trata? É um vírus, cuja doença pode contaminar tanto meninos como meninas e os sintomas nem serem percebidos. Começa com uma uma verruguinha de nada, às vezes parecida com aquelas que aparecem no dedo do pé ou da mão.
No ano passado, 29 meninas com condiloma foram atendidas pelo Programa de Saúde Integral do Adolescente, da Secretaria de Saúde do Estado de SP. Em 93, nenhuma garota apareceu com a doença.
Mais números que comprovam o aumento: Em 94, o Hospital das Clínicas e o Hospital Pérola Byghton registraram 106 casos de condiloma entre meninas com menos de 20 anos. No ano passado, esse número saltou para 185 casos, segundo a ginecologista Nadir Oyakawa, chefe do setor de condiloma e neoplasia do HC.
"Com certeza, as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) têm aumentado, uma vez que eles não se previnem", diz Maria Lucia Monteleone, ginecologista especializada em adolescentes.
No consultório do urologista Ricardo Felts de La Roca, cerca de 50 pacientes com condiloma são atendidos todo mês. "Em garotos de 16, 17 anos, é extremamente frequente", diz o médico (leia abaixo mais informações sobre algumas das DSTs mais comuns).
Quando a reportagem sai a campo perguntando "Você tem o hábito de usar camisinha?". A primeira resposta que ouve é um sonoro e seguro "sim, claro, sempre". Mas, papo vai, papo vem, e o entrevistado, em geral, começa a relatar as marcadas.
"Nem sempre é preciso usar a camisinha, há artifícios como fazer sexo sem penetração", diz Roberto Pereira, 22. "Ele gozava sempre fora. Quando queria gozar dentro, eu exigia que ele usasse", diz S.S.C., 17. Ao que tudo indica, tem gente que só parte para a camisinha quando há penetração vaginal. E é nessas que os bichos (vírus, bactérias e fungos transmitidos sexualmente) atacam.

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