São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997 |
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Para eles, o golfe é um esporte radical
THALES DE MENEZES
Para eles, acertar uma tacada solta tanta adrenalina quanto pegar onda. David Mallet, 16, inglês há 11 anos no Brasil, joga (bem) golfe e futebol e acha que a emoção da tacada é a mesma de um gol. "O golfista vibra, o público grita. Não tem mais essa de ficar frio." A molecada está mudando a cara do esporte, jogando de camiseta e bermudão. Obrigatório é só o sapato especial, que tem travas. Segundo David, sua turma dispensa os caddies (carregadores de tacos) e aquele carrinho, "que é coisa de golfista americano classe média. Na Europa, só velho usa". "Você anda até dizer chega, e isso é muito bom, faz parte do esporte", conta a campeã sul-americana Maria Priscila Iida, 17. Ela herdou da família o gosto pelo golfe. "Lá em casa, todo mundo joga. Se tivéssemos cachorro, até ele jogaria." É difícil encontrar um jovem golfista que não venha de uma família de adeptos. Laura Barros, 18, diz que foi incentivada pelo avô materno. "Ele é espanhol, mas trabalhou 18 anos na Escócia. Lá, todo mundo joga." Exceção O líder do ranking juvenil brasileiro, Rodolfo Aranha Barreto, 18, ainda pode ser considerado uma exceção. Seus pais não jogavam. Ele frequentava o Gávea Golf Club, com os tios, mas nunca havia jogado, até os 10 anos. "Um dia eu fui numa das clínicas para crianças, aos sábados, e fui gostando." Rodolfo engrossa as fileiras da turma que curte o golfe pelo desafio pessoal. "Não importa que torneio seja, nem onde você está jogando. Cada partida que você começa pode ser o jogo da sua vida." "Cara, a tensão é enorme. É que o golfe exige que você não fique nervoso com um erro, a concentração tem de ser total. Daí, quem não joga pode ter uma idéia errada, achar que é frio", explica. Felipe Almeida, 14, lamenta a imagem que o jogo ainda tem. "Quando falo que jogo golfe, os outros já vão dizendo que é um esporte de velho. Quem nunca jogou não entende nada." O presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Dom Eudes de Orleans e Bragança, diz que a entidade quer aumentar o número de campos públicos no país -há dois sendo concluídos em São José dos Campos, e um, em Curitiba- e incentivar clínicas para crianças. Para aprender: Golf School, av. Guido Caloi, 2.160, Santo Amaro, tel. (011) 5515-3372 Para jogar (onde alugar campo): Clube de Campo de São Paulo, tel. (011) 529-3111; Guarapiranga Golf & Country Club, tel. (011) 520-0391 Texto Anterior: Filme retrata guerrilha para filhos de Woodstock Próximo Texto: Entenda o golfe Índice |
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