São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997 |
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Gravadora lança os primeiros Prodigy
CAMILO ROCHA
Enquanto isso, para suprir uma falha gritante de anos e aguar a boca dos novos fãs, que o grupo vem ganhando em progressão geométrica, a gravadora Paradoxx lança em duas semanas os dois primeiros álbuns do Prodigy. São eles, "The Prodigy Experience", de 92, e "Music For The Jilted Generation", de 94. Se os alto-falantes do mundo estão sendo ganhos cada vez mais pela eletrônica, o Prodigy é o nome com mais cacife para liderar essa conquista. O grupo foi formado em 90 por Liam Howlett (o principal cérebro musical da banda), Keith Flint (o ensandecido de cabelo "moicano ao contrário" vermelho, o rosto mais conhecido da banda), Maxim Reality (o rapper/agitador irado) e Leeroy (o dançarino esquelético). O Prodigy apareceu no período de pico das raves ao ar livre britânicas. Era uma época que ainda não conhecia a fragmentação em diversos estilos e gostos, nem a repressão pesada do governo e da polícia. Era normal 20, 30 mil pessoas aparecerem numa festa só no boca a boca. O som era o que na época era conhecido como hardcore. Mas o Prodigy nunca quis ficar preso a uma cena ou a uma época. Progressivamente, seu som foi incorporando influências de gêneros como rock e thrash metal, enquanto a banda se esforçava em conquistar novos públicos. Esse esforço culminou na situação de hoje, em que DJs e rádios de rock tocam Prodigy e revistas de metal os trazem na capa. Nos EUA eles estão prestes a estourar pra valer. Foram escalados para o próximo Lollapalooza, vão encabeçar uma extensa turnê eletrônica, a Organic Festival Tour, e o clipe de "Firestarter" sobe na rotação da MTV, enquanto o single escala a parada da Billboard. Entre os fatores que garantem o apelo universal do Prodigy estão seu peso e barulho ("Breathe" é quase grunge), para nenhum fã de Sepultura botar defeito. Por outro lado, a música do Prodigy nunca perde o balanço, garantido pelos seus baixos anabolizados e levadas suingadas. A banda também arrebenta no palco. Seu show combina presenças de palco magnéticas e divertidas, energia e volume ensurdecedor de rock e visuais insanos. Foi assim que eles arrebataram platéias em festivais britânicos como Glastonbury, Phoenix (onde tiveram que fazer dois shows), Reading e no histórico Knebworth, abrindo para o Oasis. "The Fat Of The Land" só deve consolidar a dominação. O disco terá participações de Crispian Mills, do Kula Shaker, do "auteur" trip hop Dr. Octagon e da cantora Saffron (Republica). É um dos CDs mais esperados do ano. Texto Anterior: Drugstore promete disco em setembro Próximo Texto: Os 'prodígios' chegaram Índice |
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