São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Aprendizes da liberdade; Controle de qualidade; Desagravo; Plano Diretor; Equívocos ecumênicos; Privatizações; Homossexualismo; Polêmica; Caráter duvidoso; Servidores estaduais

Aprendizes da liberdade
"Gostaria de parabenizar a Folha e a professora Maria Lúcia Pallares-Burke pela reportagem 'Aprendizes da liberdade', sobre a escola Summerhill, publicada no domingo retrasado.
Na semana em que perdemos Paulo Freire, chegou a ser comovente recordar a existência de uma escola e de um tempo em que predominou o absoluto entusiasmo pelo fim das opressões."
Telma de Sousa, deputada federal pelo PT-SP (Santos, SP)

Controle de qualidade
"Este conceituado jornal, ao publicar reportagem contendo informações por mim passadas à jornalista Eunice Gomes, da Folha Campinas, acerca das mortes que estariam relacionadas a soluções de Nutrições Parenterais Prolongadas (NPP) produzidas por uma farmácia de manipulação de Campinas (SP), cometeu falhas que podem levar os leitores a confusões.
Deixei claro que o NPP é um medicamento produzido a partir de um receituário individualizado, onde são misturados componentes industrializados (ampolas e soros), que são envasados em um recipiente estéril para permitir a infusão em pacientes que estejam impedidos de se alimentar.
São adicionados à mistura produtos provenientes de vários fornecedores, que devem garantir a qualidade. Por isso e por fatores físico químicos, esse tipo de medicamento é uma mistura extemporânea, que deve ser consumida rapidamente após a sua produção, no caso em no máximo 36 horas.
As técnicas de controle de qualidade microbiológica aplicadas hoje requerem tempo superior a 36 horas para que se obtenham resultados. Assim, não por opção, e também não só na região de Campinas, as soluções de NPP são utilizadas antes que tais resultados estejam disponíveis."
Dirceu Brás Barbano, presidente do CRF (Conselho Regional de Farmácia) (Campinas, SP)

Desagravo
"O Instituto Brasileiro de Direito Administrativo, estupefato e perplexo com as insensatas e destemperadas declarações do sr. Sérgio Motta, ministro das Comunicações, procurando denegrir juristas da maior respeitabilidade, vem a público, em desagravo e solidariedade aos ofendidos, dizer o seguinte: os juristas em questão, e em particular o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, agem na condição de cidadãos, exercendo um direito legítimo, amplamente assegurado pela Constituição."
Romeu Felipe Bacellar Filho, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo (Curitiba, PR)

Plano Diretor
"Congratulações pela excelente reportagem a respeito do chamado Plano Diretor proposto pelo Executivo. Em benefício do esclarecimento, no entanto, é indispensável uma correção em citação a mim atribuída. Trata-se do índice de crescimento da população da cidade, dado como de 3%. Na verdade, minha citação foi de que ele, nos últimos cinco anos, atingiu apenas 0,3% ao ano, conforme dados do IBGE."
Paulo Bastos (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Equívocos ecumênicos
"Bem ponderado o artigo 'Equívocos ecumênicos', da professora R. Fischmann (Folha, 1/5, pág. 3-2). Religião deve ser ensinada no lar e na igreja. E vivida em toda parte. Igreja que pretende ser remunerada pelos cofres públicos pratica o pecado da simonia. O que está faltando nas escolas é o ensino moral, cívico e de bom-tom."
Antonio Pacitti (São Paulo, SP)

Privatizações
"Que privatizem tudo! INSS, estradas, educação. Privatizem os Estados, as cidades, os bairros. Mas, pelo amor de Deus, deixem que os brasileiros vivam com o mínimo de dignidade."
Jorge L. Cirino (Curitiba, PR)
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"A venda da Vale do Rio Doce equivale a um dono de um Rolls-Royce vender seu carro por R$ 20 mil, sob o argumento falacioso de que, com o dinheiro, pagará dívidas. E ainda sobrará para a comprinha no supermercado."
Lauro E. Filho (São Vicente, SP)
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"Sobre a venda da Vale: o que estamos fazendo é abrir mão da possibilidade de um dia deixarmos de ser terceiro-mundistas. E perdermos a capacidade de um dia nos tornarmos auto-suficientes na produção e beneficiamento de minério de ferro."
Antonio Almenbergues de Oliveira Jales (São Luís, MA)
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"Privatizada, banindo 25% de sanguessugas, aboletados por injunções políticas, a Vale se tornará mais dinâmica e produtiva. Certamente o seu lucro triplicará a médio prazo, e o país será prodigamente recompensado com a gorda fatia a que terá direito, sem nenhum prejuízo resultante de conchavos políticos e ineficiência.
Os países mais adiantados do Primeiro Mundo, como EUA e Inglaterra, privatizaram há muito suas empresas estatais, que são um entrave cultural e retrógrado do Terceiro Mundo."
Antonio Dõnatz Ribeiro da Silva (Curitiba, PR)

Homossexualismo
"Os evangélicos entendem que a homossexualidade é uma ousada transgressão à ordem da criação de Deus. A orientação homossexual varia e é mutável, não é um estado ou processo desejável e imutável, como diz, em carta ao Painel do Leitor, o sr. Luiz Mott.
Em função disso, nossos ministérios de caridade estão voltados para a recuperação dessas pessoas. Condenamos a prática do homossexualismo. Contudo, deploramos a comparação feita de havermos instalado uma Inquisição, de discriminarmos e abusarmos dos direitos humanos dos homossexuais."
Enézio E. de Almeida Filho (Jacutinga, MG)

Polêmica
"Certamente, o Brasil está cheio de espécies de aves raras: 'neobobos, caipiras, aquilo roxo' etc. Agora surgiu mais uma: a da 'neoignorância'.
O sr. Galina de Oliva (Painel do Leitor, 5/5) perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Sem a intenção de defender o MRTA, ou qualquer tipo de terrorismo, é inegável que deu uma lição de humanismo ao sr. Fujimori: não executou ninguém."
Helena Henriques (Porto Alegre, RS)

Caráter duvidoso
"Para os brasileiros, senão para os 34 milhões de eleitores que votaram no atual presidente, talvez para os outros 66 milhões que nele não votaram, resta a dúvida do que poderá resultar de uma modernização liderada por políticos que, aparentemente, se envaidecem de ostentar caráter duvidoso e variável, como se esse defeito fosse prova de inteligência superior e erudição."
Fernando Salinas Lacorte (Rio de Janeiro, RJ)

Servidores estaduais
"O Tribunal de Justiça abriu inscrição para concurso de motorista. Exigência: primeiro grau. Salário: R$ 1.062,00. Sou diretor de escola efetivo, com 34 anos de trabalho, no ápice da carreira. Meu salário: R$ 1.604,32.
Acho que o motorista merece o salário oferecido. A partir daí, temos um bom referencial para rever os salários dos servidores estaduais.
Afinal, trabalhamos ou não para o mesmo governo?"
Roberto Augusto Torres Leme (São Paulo, SP)

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