São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Parati ganha canais durante maré cheia

Cidade tem construções do século 18

FLAVIO CASTELLOTTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PARATI (RJ)

Uma placa avisa o motorista descuidado: "Proibido estacionar - maré alta". Assim é Parati, uma cidade à mercê das marés. Uma antiga vila colonial comandada pela Lua.
O mar que invade o centro histórico a cada cheia da maré transforma as ruas em canais e dá à cidade ares de uma Veneza do Brasil.
A arquitetura colonial, as 365 ilhas da baía da Ilha Grande e as cachoeiras da serra do Mar completam a paisagem da cidade.
Foi em Parati que Nacib (Marcello Mastroianni) apaixonou-se por Gabriela (Sônia Braga).
A cidade também serviu de cenário para filmes como "O Beijo da Mulher Aranha" (de Hector Babenco), "Como era Gostoso o meu Francês" (de Nelson Pereira dos Santos) e "Ele, o Boto" (de Valter Lima Jr.), além de novelas.
Apesar de ter se desenvolvido primordialmente no século 18, impulsionada pelo ciclo do ouro, Parati tem uma arquitetura mais simples que as barrocas Ouro Preto, Mariana e outras cidades mineiras daquele mesmo período.
As igrejas são pouco rebuscadas, e o casario térreo de fachadas pouco ornamentadas às vezes é interrompido pela suntuosidade de um sobrado com sacadas e lampiões de ferro ou pela elegância das palmeiras imperiais que emergem de pátios interiores.
Todos os prédios do centro histórico são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. As fachadas das são brancas, salpicadas pelo colorido de portas e venezianas de madeira.
Violinos
O calçamento das ruas é de pedra "pé-de-moleque" -fragmentos arredondados e irregulares de rocha que fazem as pessoas "cambalear" pelas ruas.
Por elas passam carroças levadas por mulas, que, pela manhã, vão se abastecer no mercado do centro histórico, ao qual muitos produtos ainda chegam por barco, vindos das aldeias de pescadores espalhadas pelas ilhas.
Ao entardecer, o turista não deve se espantar ao ouvir acordes de violinos e flautas vindos da igreja de Santa Rita.
A igreja hoje abriga o Museu de Arte Sacra e nela realizam-se periodicamente concertos e espetáculos de música erudita.

LEIA MAIS sobre Parati nas págs. 7-18 e 7-19

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