São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Casas possuem cercas elétricas

JOANA BRASILEIRO
DA ENVIADA ESPECIAL

Johannesburgo virou cidade em função da mineração de ouro e diamante. Originalmente uma savana, ela é plana, mas a parte norte é toda arborizada, com pinheiros e árvores que dão a sensação de estar em plena Europa.
No meio da planície, surgem morros de terra ocre amarelada, fruto da exploração mineira.
Ainda há muito ouro na região de Johannesburgo, e a mineração só não é mais intensa em função do baixo preço atual do ouro.
Johannesburgo tem regiões com enorme concentração de casas, tanto de ricos quanto de pobres.
Ainda que separadas conforme a lógica dos pontos cardeais -sul, pobre e negro, norte, branco e rico-, essas áreas são cortadas por vastas regiões desocupadas.
Isso dá a sensação de não haver alta densidade populacional.
Prédios só existem no centro, pois o terreno nas outras regiões não permite a construção.
O centro de Johannesburgo é tão sujo e caótico quanto o de São Paulo, se não mais, e uma das áreas mais perigosas da cidade.
Contraste
A maioria dos prédios é antiga, mas há alguns novos. O mais impressionante é o contraste dos modernos arranha-céus de vidro, que demonstram que esse ainda é o centro comercial e econômico da África, com os camelôs.
Ainda mais impressionante é parar em frente a uma loja de artigos para macumba perto de um prédio de vidro em forma de diamante, de uma companhia mineradora.
As casas maiores estão no norte. Antes exclusivamente branca, a área hoje tem moradores negros.
As casas, de modo geral, não possuem um estilo arquitetônico próprio e ocupam, em média, todo um quarteirão. A ostentação é proporcional à altura dos muros e à adoção das cercas elétricas.
A região noroeste tem casas razoavelmente grandes e prédios de poucos andares, todos com muros e cercas elétricas.
Essas cercas impressionam e, inicialmente, parecem abrigar negros que implantaram um apartheid social. Segundo os guias, a maioria dos habitantes são brancos de classe média.
(JB)

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