São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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Safra de café começa com preço recorde

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na reta final da comercialização da safra 96/97, produtores brasileiros começam a colheita 97/98 com preço recorde: US$ 240 pela saca de 60 kg do café fino.
A entressafra cafeeira do México, Colômbia e países da América Central é um dos fatores que está provocando a alta de preço do café, na opinião de Jorge Esteve Jorge, presidente da Abecafé (Associação Brasileira dos Exportadores de Café).
"O problema é a falta de café fino no mercado mundial. Essa escassez irá persistir mesmo com a entrada da safra brasileira", prevê Jorge. "Este será um ano bom para o produtor brasileiro."
Outro motivo que está colaborando para a alta de preço é o fato de os principais consumidores de café fino do mundo (EUA e Europa) estarem com seus estoques baixos, segundo o presidente da Abecafé.
Para Gilson José Ximenes Abreu, presidente da CNC (Conselho Nacional do Café), o preço deverá continuar atrativo mesmo com a entrada da safra brasileira.
"Não tem café no mundo. E para piorar, o Brasil irá colher uma safra menor este ano, quando registra aumento de consumo", diz.
Eduardo Carvalhaes Junior, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), diz que a entrada da safra brasileira pode estabilizar o preço internacional do produto.
"Ficando acima de US$ 200 por saca já é muito lucrativo para o produtor", diz Carvalhaes Junior.
"O produtor deve agora programar suas vendas, mas não dá para garantir que os preços continuarão subindo."
Na opinião de Washington Luiz Alves Rodrigues, diretor-superintendente da Ipanema Agroindústria S/A, de Alfenas (MG), maior produtora de café arábica do país, a tendência é de preços altos.
"Isso deve ocorrer até julho. Caso ocorra uma geada, aí não dá para avaliar", afirma Rodrigues.
Estimativa de safra 97/98 do CNC aponta que 20 milhões de sacas serão colhidos. Levantamento da Abecafé aposta em 23,2 milhões de sacas de café.
A safra 96/97 deve fechar entre 27 milhões de sacas e 29 milhões de sacas.
O governo anunciou, na semana passada, a abertura de linha de crédito de R$ 250 milhões para colheita e refinanciamento das dívidas do segmento.

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