São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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Grande SP tem 3,4 presos por vaga

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o assunto é superpopulação carcerária, as cadeias e carceragens de distritos policiais da Grande São Paulo lideram com vantagem no Estado.
Nesse cinturão que circunda a capital, há uma média de 3,36 detentos para cada vaga existente.
O índice cai na cidade de São Paulo, onde há 2,79 presos para cada vaga. Esse número cai para 2,02 detentos por lugar quando o universo é o interior do Estado de São Paulo.
No entanto, fica na capital, a prisão com maior frequência de rebeliões no Estado, o 3º DP, em Campos Elíseos, região central de São Paulo. Só ali, já houve três motins apenas neste ano, em fevereiro e março (dois). No total, a capital já registrou 19 motins em 97.
Santos lidera em número de rebeliões no interior, com três motins registrados, divididos entre o 1º DP (dois) e o 3º DP.
Limeira e Praia Grande vêm em seguida, com duas revoltas registradas em cada cidade.
A Grande São Paulo, apesar da grande concentração, teve menos rebeliões. Foram seis motins neste ano. Uma das explicações para esse dado é que há menos presos nessa região, embora estejam "mais amontoados".
No total, a capital abriga 7.400 presos, contra 16.230 no interior e 3.900 na Grande São Paulo.
Delegacia Geral
Carlos Antonio Siqueira, delegado-assistente de comunicação social da Delegacia Geral de Polícia, diz que o motivo das frequentes rebeliões é "o excesso de gente nas cadeias, motivado pela falta de vagas no sistema penitenciário".
A Delegacia Geral tem duas propostas para solucionar o problema: a curto prazo, a transferência de presos para o sistema penitenciário; e a médio prazo, a construção de novas penitenciárias.
"A condição dos presos é desumana, hoje em dia. Isso acaba acarretando mais rebeliões", disse Siqueira.

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