São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997 |
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Erykah Badu
CARLOS CALADO
A estréia da garota é tão vistosa quanto os turbantes que ela ostenta com porte de princesa africana. Seu primeiro álbum -lançado em fevereiro nos EUA- ultrapassou rapidamente a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Erykah tem 26 anos e nasceu no Texas. Filha de uma cantora e atriz, chegou a estudar dança, mas trocou as sapatilhas por um duo de hip-hop: o Erykah Free. Ao assinar o contrato para seu primeiro disco solo, produzido por Kedar Massenburg (ex-empresário do soulman D'Angelo), Erykah Wright decidiu mudar de sobrenome. Jura que escolheu Badu só porque soa bem. Horizontes musicais "Baduizm" revela uma cantora e compositora que ampliou bastante seus horizontes musicais, sem abandonar suas raízes. Na atraente mistura de rhythm & blues, soul e jazz que compõe seu CD, Erykah não dispensa as dançantes batidas eletrônicas do hip-hop. Os arranjos são despojados. "On & On", o "single" do álbum, soa quase minimalista: funde vocais "jazzy" com um teclado hipnótico e "beat" de hip-hop. Já em "Afro (Freestyle Skit)", um blues bem tradicional, ela sobrepõe os vocais somente a um teclado e a um trompete. Mesmo sem possuir uma voz especialmente privilegiada, Erykah sabe tirar proveito de seu timbre particular, tingindo-o com boas doses de sensualidade e um fraseado quase jazzístico. Alongando algumas notas e forjando um timbre vocal que em alguns momentos chega mesmo a lembrar o de Billie Holiday, Erykah acaba provocando comparações. Mas querer transformá-la em uma nova Lady Day é pura bobagem. Ou sinal de surdez. Trazendo ainda uma discreta participação do contrabaixista Ron Carter e duas canções feitas em parceria com os rappers do The Roots, "Baduizm" indica que miss Badu tem talento e charme para chegar longe. Disco: Baduizm Artista: Erykah Badu Lançamento: Kedar/Universal; chega às lojas até o final do mês Quanto: R$ 18, em média Texto Anterior: Itaú mostra o pioneirismo de Medeiros Próximo Texto: Tony Toni Toné Índice |
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