São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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Psiquiatra acusa Allen de plágio

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

Um psiquiatra norte-americano quer processar o cineasta Woody Allen, acusando-o de ter plagiado uma obra sua para escrever o filme "Todos Dizem Eu Te Amo", que começou a ser exibido em dezembro nos Estados Unidos, mas ainda não chegou ao Brasil.
Tendo recebido muitos elogios da crítica, "Todos Dizem Eu Te Amo" é um musical ambientado em Paris, Veneza e Nova York, retratando a vida de uma família norte-americana de classe alta.
No filme, Woody Allen forma par romântico com Julia Roberts. Para conquistar o personagem da atriz, o de Allen é ajudado por sua filha, que lhe passa informações que escutou, escondida, das sessões de psicanálise da primeira.
"É idêntico a uma obra que escrevi em 1982 e, na ocasião, pedi que Woody Allen examinasse", afirmou o psiquiatra Jerome Fass.
O médico diz que, depois de ter escrito a novela "A Porta do Vizinho", pediu que Letty Aronson, irmã de Allen, entregasse ao cineasta para que ele a examinasse.
"Quando ela me devolveu, simplesmente me disse que Woody tinha idéias próprias suficientes para durar até o século que vem."
Em 1988, Fass chegou a acusar o cineasta de plagiar sua obra ao fazer o filme "A Outra", mas o processo não foi adiante.
"A novela do meu cliente foi usada praticamente intacta pelo sr. Allen e constitui o elemento cômico mais importante de seu último filme", disse Eugene Girden, advogado do psiquiatra.
Woody Allen rebateu as acusações, dizendo que elas são "completamente sem fundamento".
"Já faz um bom punhado de anos que eu venho experimentando histórias baseadas em conversas psicanalíticas escutadas por uma terceira pessoa", afirmou o cineasta.

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