São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Guilherme de Pádua não quer ver júri

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Condenado em janeiro deste ano e preso desde 1992, Guilherme de Pádua depende de um recurso em trânsito na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça para obter, ainda neste ano, a liberdade condicional ou o benefício do regime semi-aberto.
Segundo o defensor público Paulo Ramalho, advogado de Pádua, seu cliente está tranquilo e não manifestou interesse em ir ao julgamento da ex-mulher.
"Ele não quer falar e apenas tem recebido visitas do filho. O Guilherme já passou pelo tribunal e agora vai só esperar o julgamento dos recursos. Ele não vai a este julgamento, nem eu vou", disse.
O resultado do julgamento de Paula Thomaz pouco pode alterar a situação de Guilherme de Pádua, a não ser que a ré confesse ter participado do crime. Paula tem negado qualquer envolvimento na morte de Daniella Perez.
Guilherme de Pádua pode conseguir a condicional se sua pena, fixada em 19 anos, for reduzida para 15 anos ou menos. Ao final deste ano, ele já teria cumprido um terço da pena -5 anos de prisão.
Se a pena for mantida entre 15 anos e menos de 20 anos (até 19 anos e 11 meses), Pádua já terá cumprido um sexto dela e poderá passar para uma prisão semi-aberta, o que lhe permitiria sair da cela durante o dia para trabalhar.
Aumento de pena
O aumento da pena foi solicitado pelos promotores, numa medida considerada polêmica.
"Se a pena for aumentada, anulo o julgamento, que já teve muitos pontos a criticar. O réu não tem que provar sua inocência", afirmou Paulo Ramalho.
Segundo o promotor José Muiñoz Piñero, uma corrente da interpretação jurídica permite o aumento da pena para mais de 20 anos, desde que a decisão não saia da primeira instância de julgamento (o júri), mas sim de uma instância de recurso (a Câmara Criminal).
Guilherme de Pádua cumpre pena no presídio Ary Franco, no bairro de Água Santa (zona norte). Pádua teria se tornado evangélico e passado a integrar a Igreja Universal do Reino de Deus.
((FE)

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