São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
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Cúpula do PFL expulsa Ronivon Santiago e João Maia do partido

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula do PFL expulsou ontem do partido os deputados acreanos Ronivon Santiago e João Maia, considerados "réus confessos" de corrupção com base em gravações divulgadas pela Folha. Eles declararam ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da reeleição.
A decisão foi tomada por unanimidade, numa tentativa de conter o desgaste político no maior partido da base parlamentar do governo. A cúpula pefelista também defende a cassação do mandato dos parlamentares acusados.
A expulsão "sumária" dispensou a defesa dos deputados na comissão de ética do partido. "Não achamos que fosse necessário ouvi-los diante da participação dos dois nas gravações", disse José Jorge (PE), presidente do PFL.
Santiago e Maia poderão recorrer ao diretório nacional do PFL no prazo de oito dias, que, nesse caso, terá 120 dias para confirmar ou suspender a punição.
O partido vai acompanhar as investigações na Câmara sobre o envolvimento de outros três deputados pefelistas citados nas gravações -Osmir Lima, Zila Bezerra e Pauderney Avelino- e também poderá expulsá-los, caso se confirme a venda dos votos.
A cúpula pefelista avaliou que não há provas suficientes para punir imediatamente o governador do Amazonas, Amazonino Mendes, apontado como personagem da compra de votos na Câmara.
Caciques do PFL saíram em defesa de Amazonino. "Os que o acusaram não têm moral para fazê-lo", disse o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que apadrinhou sua filiação ao partido, no início do ano.
"Ele (o governador) é uma liderança fortíssima no Norte, um homem bom, capaz de fazer amigos", disse o líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE). Amazonino é visto como um dos principais responsáveis pelo crescimento do partido no Norte.
Autor do pedido de expulsão, o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) disse que o governador também será expulso, caso se comprove sua ação na compra de votos. O deputado comandou, da presidência da Câmara, o processo de votação do projeto de reeleição.

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