São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governo trabalha contra a CPI e quer a cassação de deputados
MARTA SALOMON
Durante todo o dia, o presidente Fernando Henrique Cardoso acompanhou a operação com dois principais objetivos: conter o desgaste político do governo no episódio da compra de votos de parlamentares e manter o cronograma de votação das reformas, que inclui o projeto de reeleição. O gabinete do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), centralizou parte da ação dos governistas. Ao final do dia, líderes aliados ao Planalto apostavam que o primeiro passo concreto para a cassação dos deputados envolvidos poderá ser dado amanhã. Pelo roteiro do comando político, a crise se limitará à quebra do decoro parlamentar. A participação de governadores na compra de votos, segundo esse roteiro, deverá ser investigada pela Justiça. Os governistas investem no resultado rápido da comissão de sindicância da Câmara para barrar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. "CPI é palanque e não há qualquer indício que indique a necessidade de uma comissão", resumiu o deputado José Aníbal (PSDB-SP). O partido de FHC determinou a retirada das assinaturas de todos os tucanos no pedido de abertura da CPI. O deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), que presidia a Câmara na época da votação da reeleição, manteve sua assinatura no pedido por motivos pessoais. O próprio Luís Eduardo foi o autor da proposta de expulsar sumariamente do PFL os dois deputados que assumiram a venda de seus votos favoráveis. O anúncio da expulsão foi acompanhado pela ampla defesa do ministro Sérgio Motta pelos pefelistas. "Se ele tem outros defeitos, tudo bem, acusá-lo nessa hora é injustiça", afirmou ACM, presidente do Senado. Texto Anterior: Cúpula do PFL expulsa Ronivon Santiago e João Maia do partido Próximo Texto: Luís Eduardo diz que Ronivon é o novo Paulinho da Viola Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |