São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
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Pais de Paula se dizem exaustos

MAURO TAGLIAFERRI; FERNANDA DA ESCÓSSIA
DO ENVIADO AO RIO E DA

Sucursal do Rio
Os pais de Paula Thomaz tiveram de tomar tranquilizantes para assistir ao julgamento da filha, ontem, no 1º Tribunal de Justiça do Rio.
Paulo e Maria Aparecida de Almeida chegaram ao tribunal por volta das 12h, mas ficaram separados até as 14h27.
Até então, a mãe da ré, que estava arrolada como testemunha da defesa, teve de ficar num cômodo reservado, já que as pessoas que são ouvidas num julgamento devem permanecer incomunicáveis.
Somente depois de ser dispensada como testemunha, Maria Aparecida de Almeida se juntou ao marido, na platéia do plenário.
Ao contrário dos pais de Guilherme de Pádua, que, durante o julgamento do filho, em janeiro, passaram a maior parte do tempo numa sala, Maria Aparecida e Paulo acompanhavam a sessão no plenário, na segunda fileira, a cinco cadeiras da novelista Glória Perez.
Até o final da tarde, nenhum dos dois havia falado com a filha. O último contato que tiveram com ela aconteceu anteontem, na Polinter, em Niterói, onde Paula está presa.
Paulo de Almeida não quis falar sobre o andamento do julgamento. "Não posso dizer muita coisa por enquanto. Não estou bem."
"Tive de tomar tranquilizantes e também estou dando uma assistência à minha mulher, que também não está se sentindo bem. Nós estamos exaustos", contou ele.
Ainda assim, Paulo de Almeida disse que os dois estavam "otimistas" em relação ao veredicto.
Ele voltou a deixar o plenário para ter notícias sobre o estado de saúde da filha, quando ela se retirou. "Ela está com a pressão baixa", disse, ao voltar, sem vê-la.
O pai de Paula Thomaz contou que não houve qualquer aproximação entre a filha e o ex-marido, Guilherme de Pádua.
"Ele está num lugar, ela em outro. Nunca mais se falaram. Só temos notícia do Guilherme quando os pais dele vêm ao Rio para pegar o neto (Felipe) para passar um período com eles, o que foi permitido pelo juiz."
O advogado Luciano Nogueira, 49, tio de Paula, disse que em nenhum momento a família considerou a possibilidade de mudar a versão de inocência para, teoricamente, facilitar sua defesa e alegar ação sob violenta emoção.
"Para nós, o que existe é a verdade: a Paula não teve nada a ver com esse crime. A família toda está muito abalada, mas tem certeza de que ela é inocente", afirmou.
Luciano Nogueira disse que sua mulher ficará cuidando do filho de Paula e Guilherme enquanto durar o julgamento.
(MAURO TAGLIAFERRI e FERNANDA DA ESCÓSSIA)

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