São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
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Segurança é menor que no júri de Pádua

LUCIA MARTINS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Apesar da movimentação de artistas e de grupos organizados, o julgamento de Paula Thomaz está mobilizando muito menos esforço do que o despendido no de seu ex-marido, Guilherme de Pádua.
"Acho que nem vou precisar ficar até tarde desta vez. No outro julgamento, fiquei até as 2h quase todos os dias", disse o segurança do 1º Tribunal de Justiça Miguel dos Santos.
Em dias comuns, o tribunal tem um efetivo de 15 seguranças. No julgamento de Pádua, esse número subiu para 45 (a maioria do reforço foi feito pela Polícia Militar). Ontem, apenas oito homens reforçavam o esquema de proteção.
Outro indício da queda de interesse era a fila de espera por uma senha para ocupar os cerca de 200 lugares reservados ao público para assistir ao julgamento.
Segundo os seguranças, ela não chegava nem a um terço da que foi feita todos os dias durante o julgamento de Guilherme de Pádua, em janeiro deste ano.
"Não vai haver problema nenhum para que essa gente assista lá dentro. Da outra vez, muita gente ficou de fora", disse um segurança que não quis se identificar, antes do início do julgamento. Por volta das 13h, as senhas foram distribuídas e todos puderam entrar.
Para os "militantes" da causa, a falta de interesse foi uma boa notícia. "É muito melhor assim. Não precisei chegar tão cedo", disse a estudante Leandra Ferreira da Silva, 16, que carregava três pastas com uma coleção de recortes de jornal sobre o caso.
O movimento de mulheres que protestam contra a morte de Gabriela Chermont também gostou.
Vestidas com a mesma camiseta (com uma foto de Gabriela na frente), elas passaram toda a manhã na porta do tribunal, estendendo faixas e dando entrevistas. Algumas delas, no entanto, ficavam na fila para não perder o lugar na sala do julgamento.
"A fila está menor. Acho que muita gente que veio no primeiro se cansou muito e agora, já que ele foi condenado, perdeu o interesse", disse Maria Souza, que veio de Vitória (ES) para assistir apenas ao primeiro dia do julgamento.

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