São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Universidade produz creme contra herpes

Produro é feito de folha de cajazeira

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Farmácia da UFC (Universidade Federal do Ceará) está fabricando creme contra herpes produzido a partir de folhas de cajazeiras.
A cajazeira é uma árvore típica das regiões Norte e Nordeste do país, que também é conhecida como taperebá, cajá-mirim, cajarana e cajá-manga.
O herpes é uma doença inflamatória causada por vírus, que se manifesta pela formação de pequenas bolhas na pele, sobretudo nas bordas dos lábios, narinas e mucosas genitais.
A descoberta das propriedades terapêuticas da folha da cajazeira foi feita por pesquisadores belgas da Universidade da Antuérpia, em 1990.
No ano seguinte, professores da Faculdade de Farmácia do Ceará começaram a pesquisar como a folha poderia ser usada para curar o herpes.
Produção pequena
Atualmente, a faculdade produz apenas 230 bisnagas do creme contra herpes por mês.
Como a produção é pequena e não há no momento como aumentá-la, o creme só é vendido para a comunidade universitária e para as pessoas que procuram diretamente a farmácia-escola.
Cada bisnaga com 50 gramas do creme é vendida por R$ 1,50.
Segundo Said Fonseca, professor de Farmácia da Universidade Federal do Ceará, o que cura o herpes é uma substância chamada geraniina, encontrada na folha da cajazeira.
"A geraniina tem um poder terapêutico enorme e é uma das substâncias mais eficazes no combate ao herpes que se conhece", afirma Fonseca.
Segundo o professor, basta que o portador do herpes coloque folhas de cajazeira amassadas no local da infecção para que os resultados sejam sentidos.
"Se a pessoa mascar a folha e colocar onde há herpes, já dá para sentir os resultados", diz Fonseca.
Antes de desenvolver o creme, a Faculdade de Farmácia produzia um extrato de folhas de cajazeira.
"Mas a forma líquida não fez sucesso, porque o uso era complicado. Volta e meia escorria para outros lugares e havia muitas reclamações", afirmou o professor.

Texto Anterior: Brasileiro tem 6 meses para decidir se é doador
Próximo Texto: Enchentes no Pará desabrigam 4.000
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.