São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rebeldes negam massacres

Angolanos da Unita começam a abandonar presidente

RICARDO BONALUME NETO
DO ENVIADO ESPECIAL

Os rebeldes do Zaire negaram ontem que tenham cometido massacres contra refugiados hutus na região de Mbandaka (600 km a nordeste de Kinshasa). Moradores zairenses e estrangeiros de Kinshasa corroboraram a versão dos rebeldes após entrarem em contato com Mbandaka, mas dizem que, se não houve massacre, a violência tem sido comum.
O major Arsene Loange, auxiliar de Kabila, falou sobre o caso na Bélgica. Sua versão: os refugiados saudáveis estão matando os doentes para que a opinião pública se volte contra a Aliança das Forças Democráticas para a Libertação do Congo-Zaire liderada por Kabila.
Segundo o major, os responsáveis pelos massacres são os mesmos que cometeram o genocídio de tutsis e hutus moderados em Ruanda, durante a guerra civil, em 1994. A maioria dos guerrilheiros de Kabila é de etnia tutsi.
A guerrilha deles no leste do Zaire causa um problema humanitário grave, pois atinge os campos em que se refugiaram muitos dos hutus que fugiram de Ruanda após perderem a guerra civil -e que, agora, estão sendo levados de volta para seu país.
A denúncia de massacre foi feita pela França, no dia anterior. "Houve choques isolados, mas não um banho de sangue", disse um morador de Kinshasa, que recebeu informações da região.
Mas o Acnur, órgão da ONU para refugiados, diz ter informações de fontes confiáveis de que rebeldes mataram refugiados.
(RBN)

Texto Anterior: Angolanos da Unita começam a abandonar presidente
Próximo Texto: Entenda o conflito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.